Familiares da criança se revoltaram na saída do padrasto presoReprodução / SBT Rio

Rio - Paulo César Silva Santos, preso em flagrante pela morte do enteado de 2 anos, deixou a 55ª DP (Queimados) na tarde desta terça-feira (2) e deve passar por audiência de custódia em Benfica, na Zona Norte do Rio. Durante a saída do padrasto da distrital, familiares da criança correram em direção a Paulo, causando um tumulto em frente a delegacia. Uma pessoa chegou a desmaiar na confusão e outras conseguiram golpear o veículo no qual o preso saiu sob escolta.
Priscila dos Santos, avó do menino, afirmou que a família não sabia da violência contra a criança. Além disso, contou que, após a prisão de Paulo, a filha relatou pela primeira vez que já havia sido agredida pelo companheiro em quatro situações.
"Fiquei sabendo ontem. Ela disse que ele agrediu ela quatro vezes, com tapas. Mas com o Henry não, nunca. Meu coração está dilacerado, acabou. Levou um pedaço meu, levou um pedaço meu... Não estou acreditando até agora. Não consegui dormir, não estou pensando nem em água, nem comida. Não consigo pensar em nada e tenho outros filhos para criar", desabafou.
O caso aconteceu na tarde desta segunda-feira (1º), no Morro da Paz, em Queimados, na Baixada Fluminense. Agentes do 24º BPM (Queimados) foram acionados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município para checar informações sobre a entrada de uma criança com sinais de espancamento. No posto médico, os militares foram informados que o garoto já havia morrido.
O padrasto foi preso em flagrante pela morte do enteado e a mãe prestou depoimento na 55ª DP (Queimados). Na saída da delegacia, Yasmin dos Santos contou que estava trabalhando e deixou o filho com o companheiro para que ele levasse o menino à casa da avó materna. A jovem ainda negou que tivesse informações sobre a violência dele contra a criança, mas afirmou que já havia sido agredida pelo rapaz.
"Sempre dei de tudo para o meu filho. Eu estava trabalhando, saí de casa às 6h para trabalhar para sustentar minha casa, meu filho. Ele disse que às 10h levaria meu filho para a casa da minha mãe, porque era o último dia que o filho dele estria lá, deixaria brincando um pouco. Ele mandou várias fotos e vídeos dele brincando normal. Ele brincava, ele era tranquilo, sempre tratou bem meu filho. Ele já me bateu, a gente ainda não estava junto, estávamos só conversando, ficando. Na segunda vez, me agrediu por besteira. As outras vezes por besteira também. Por ciúmes também", contou Yasmin.
Em nota, Glauco Kaizer, prefeito de Queimados, manifestou repúdio e indignação diante da morte do menino, classificando o crime como "bárbaro, revoltante e absolutamente inadimissível".
"Desde o primeiro momento, determinei que a mãe da criança fosse acolhida pelo Centro de Atenção à Mulher de Queimados (CAMQ), onde está recebendo apoio moral, assistência jurídica e acompanhamento psicológico. Ela não está e não estará sozinha neste momento de dor e busca por justiça. Que essa tragédia sirva como alerta e reforço da nossa luta diária por uma cidade mais segura, humana e protegida", escreveu Glauco.