Caveirão incendiado na Comunidade do Bateau Mouche, na Praça Seca Reprodução

Essa semana, parece que ninguém entendeu direito, ou eu que não li tantas notícias assim, ou a gente se anestesiou diante do absurdo…

A razão já é conhecida: a disputa entre milícia, tráfico, tudo que se pode ter no entorno da Praça Seca, mas a imagem de um blindado, um caveirão, no qual o nome se dá a praticamente um tanque de guerra da PM, em área “civilizatória”, pegando fogo a mando do tráfico local e com criminosos transvestidos de moradores, aplaudindo, é a imagem mais absurda dos últimos tempos!

A Praça Seca, local que já foi de um comércio pulsante e a movimentação imobiliária era aquecida, hoje se resume a placa de “vende-se” para todos os lados… Resultado da disputa de território que só piora no Rio de Janeiro.

Sabemos que não é fácil acabar com o crime organizado e a disputa entre eles, mas o que se vê são só atitudes que deslegitimam e satanizam as forças legais, o que dá espaço pra criminoso crescer, comandar e matar lugares como a Praça Seca.

Ninguém aqui tá falando de um lado ou de outro. As instituições podem errar. Aliás, as polícias erram e cortam na própria carne!

Por isso, como mídia, a gente também tem que aprender a cortar. Não estamos dando o espaço suficiente a esse horror que acontece de expansão de território da vagabundagem no Rio.

Negar ações policiais é vitimizar ainda mais o pobre. As pessoas se apegam a discursos prontos, por vários motivos, não se importam com o sangue derramado, e sim quem aperta o gatilho para jogar o holofote.

Quando o negócio aperta, é a força legal que a gente busca! Então, são essas polícias que a gente tem que reforçar. A Praça Seca já foi perdida, outros lugares já estão perdidos, e quem mais sofre é o pobre.

A gente vê Jacarepaguá minguar, Gardênia, e essa coluna foi a primeira a noticiar que o Comando Vermelho proibiu os moradores de chamar de Gardênia Azul! As organizações criminosas determinam até nomes e endereços.

O uso de aparelhos do Estado pra coibir o avanço é mais do que necessário, mas o que vemos é o contrário. E simplesmente quem acha que tá assim, defendendo quem mora na favela, nunca ouviu de fato o retrato da dor de quem mora lá.

Evitar ação legal é falta de dignidade do povo da comunidade! Isso não aconteceria em endereço nobre. Haveria até intervenção federal! Chamariam até o Papa! Aí todo mundo ia aplaudir…

Por que o pobre então tem que ficar a mercê dessa disputa territorial, enquanto o rico de longe, assiste?

Não é segregação, é ter opinião e validar o que é legal de direito.

Em qualquer outro lugar do mundo, atear fogo num blindado seria crime terrorista. Aqui, o terrorista ganha cada vez mais legitimidade.

3,2,1… É DEDO NA CARA!
PINGO NO I
Eu quero encerrar a semana falando de três situações que me deixaram muito feliz em ajudar… Da Dona Rosecler, de Caxias, da Talyta, de Bonsucesso, e da Virgínia, de Santa Cruz.

Três mulheres que não se conhecem, cada uma com a sua história.

Rosecler entrou em contato pedindo ajuda para conseguir coisinhas de bebê e alimento para o neto de 4 meses. A filha e o genro dela estão desempregados…

Talyta é mãe solo de gêmeos de 10 anos. Um deles teve um tumor no olho, já curado, mas que deixou sequelas na audição. João Pedro precisava de um aparelho auditivo, mas ela não tem condições de pagar…

Já Virgínia está sofrendo com esquistosomose, e não conseguia ter acesso ao medicamento que só é oferecido pela rede pública.

De forma muito rápida, conseguimos resolver os três casos! Rosecler ganhou uma chuva de doações, Talyta já pegou o aparelho do filho, e Virgínia já pode pegar o remédio!

Tá aí… É isso que me motiva todos os dias a gritar no rádio, na TV, e aqui nessa coluna. Dar voz a quem quase nunca é ouvido!
Muitos vão falar que é assistencialismo, mas se esse for o adjetivo para deixar alguém feliz, pode falar… A gente vai continuar.

Ah, e muito obrigada a quem ajudou! Tenho certeza de que muitos outros vão chegar nessa corrente maravilhosa do bem!
TÁ FEIO!
“Isabele, a denúncia foi feita há uns dois meses, mas ninguém foi punido. Tudo continua igual! Socorro!”

A gente acompanhou na época a situação das árvores envenenadas no entorno da Praça Afonso Pena, na Tijuca. Uma absurdo que, segundo moradores, continua acontecendo!

“As árvores seguem no sofrimento com esses crimes” Continuam atacando, jogam esse veneno que destrói e faz elas apodrecerem”, conta um morador.

É um absurdo, gente… Lamentável mesmo! Se alguém é capaz de fazer uma maldade dessa com a natureza, a troco de nada, imagina com um ser humano!

Não dá pra ficar impune, ser tratado como um crime de menor potencial… Gente que comete crime tem que ser tratado como criminoso! Seja por meio de notificação, multa, ou xadrez pra aprender a ser gente.

A coluna vai atrás da Secretaria de Meio Ambiente, da Polícia Ambiental, de quem quer que seja para que se cheguem até esses desocupados.

Se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… No Rio, até a natureza pede socorro, e tenho dito!