Os médicos do Heat alertam para o aumento no número de queimados. Divulgação - Foto: Alex Alves
À equipe de O DIA eles destacam que, antes de vestir a roupa xadrez e colocar o chapéu de palha, todos devem ficar atentos ao manipular bebidas e alimentos com altas temperaturas e evitar brincadeiras perto de fogueiras tanto para prevenir queimaduras por chamas quanto das vias aéreas por inalação de fumaça.
Somente nos cinco primeiros meses deste ano, 174 pessoas deram entrada no hospital vítimas de queimaduras. O número é cerca de 56% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando a unidade atendeu 113 pacientes. Líquido quente é a principal causa de queimaduras mais leves e os inflamáveis e choques elétricos os principais motivos de queimaduras graves.
“É nessa época em que mais nos preocupamos com as vítimas de queimaduras. E se a pessoa tem esse ferimento e precisa de atendimento hospitalar, é porque quase sempre o ferimento é grave. O tratamento é longo e exige uma equipe com diferentes profissionais. Nossa rede está plenamente capacitada para oferecer o melhor serviço especializado à população”, ressaltou o secretário de estado de Saúde do Rio, Dr. Luizinho.
Junho, julho e agosto são realizadas as festas típicas e é, neste período, que o risco de pessoas vítimas de queimaduras aumenta e a atenção precisa ser redobrada. A tradicional fogueira, os balões, a brincadeira com os fogos de artifício e até a manipulação dos caldos, prato tradicional desta época, representam um perigo não só para as crianças, mas também para os adultos.
“Isso também vale para os fogos de artifício e, principalmente, para os balões, uma prática proibida que pode causar muitos estragos. Os explosivos são perigosos e podem provocar queimaduras graves, amputações e até cegueira”, garante o coordenador do Centro de Trauma do Heat, Marcelo Pessoa.
O Heat vem realizando palestras sobre os riscos de queimaduras para colaboradores e acompanhantes das unidades de saúde administradas pelo Ideas em parceria com o Governo do Estado.
Tratamento -- Socorrida pelo Corpo de Bombeiros, a babá vem passando por procedimentos no centro cirúrgico do Heat pelo menos duas vezes por semana. Valéria, que teve queimaduras graves nas pernas e quadril, não lembra do acidente. “Eu cai e desmaiei. Não sei nem quem me socorreu. Acordei no hospital, na medicação, no soro e com a perna enfaixada. Deus me salvou”, relatou a babá, que está internada em um dos isolamentos de CTI do Alberto Torres.
No CTI pediátrico, cinco crianças são tratadas por uma equipe multidisciplinar após se queimarem com produtos quentes ou choque elétrico. O tratamento e longo e doloroso pois todas são levadas para o centro cirúrgico até três vezes por semana para procedimento.
Veja as principais recomendações dos especialistas para evitar queimaduras:
* Não deixar que as crianças brinquem com estalinhos ou bombinhas. Esses artefatos parecem inofensivos, mas podem provocar queimaduras
* Evitar o contato com o fogo e a manipulação dos fogos após ingerir bebidas alcoólicas
* Não utilizar álcool para acender churrasqueiras e fogueiras. Essa prática é perigosa e atrai o fogo para quem está jogando álcool
* Não permitir que crianças tenham acesso à cozinha e principalmente ao fogão durante o preparo das comidas típicas. Além disso, evite carregar crianças no colo enquanto manipula as panelas e produtos quentes
* O perigo também está no acesso às substâncias quentes, como óleo de fritura e caldos. Além do risco de morte, essas substâncias geram cicatrizes que podem durar para toda vida
* Não utilize toalhas de mesa compridas. As crianças podem puxar e trazer para si produtos quentes que podem causar queimaduras graves
* Em caso de queimadura, não é recomendado fazer uso de remédios caseiros como pasta de dente, manteiga, pó de café e outros. Essas medidas, não apenas pioram a evolução das queimaduras, como também dificultam o tratamento adequado, gerando infecções. O indicado é lavar a área atingida com água corrente até a dor passar
* Desde a pequena queimadura, até as mais extensas, exigem cuidados específicos. Por isso, é sempre recomendado procurar o atendimento e orientação médica em todos os casos.
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