foto: DivulgaçãoLudmila Lopes (RC24h)

Clóvis Batebola, quadrinista de São Pedro da Aldeia, conquistou reconhecimento internacional com o trabalho em “O Kingdom Come”, uma história em quadrinhos indie sobre o Império Núbio africano. A obra foi recentemente indicada pelo renomado portal CBR.com – Comic Book Resources como uma das 35 melhores produções independentes do ano e também garantiu a Clóvis uma indicação na categoria de Melhor Artista de Quadrinhos no prêmio Glyph Comics Awards, realizado pela Convenção da Era Negra dos Quadrinhos da Costa Leste (ECBCC).
“O Kingdom Come”, escrita por D.Ajaye (Charles Darwee, dono do selo Tell Your Own Tales) e colorida por Adesida Onome Damilola, é um épico africano de fundo histórico que apresenta o lendário reino de Núbia, cujo império remonta a épocas anteriores ao surgimento dos faraós.
A indicação de “O Kingdom Come” coloca a obra e o talento de Batebola entre franquias consagradas como “SPAWN”, “Savage Dragon” e autores famosos como Todd McFarlene, Mark Millar (criador de “O Legado de Júpiter”, série da Netflix) e o ator Keanu Reeves (conhecido por seu papel em “Matrix”).
O CBR.com foi fundado em 1995 e, desde então, se tornou uma das principais fontes de notícias sobre quadrinhos e cultura pop.
CONCORRENDO A MELHOR ARTISTA
Além disso, Clóvis também está concorrendo na categoria de Melhor Artista de Quadrinhos na premiação da Glyph Comics Awards realizada pela Convenção da Era Negra dos Quadrinhos da Costa Leste (ECBCC) com a obra “O Kingdom Come”, escrita por Charles Darwee.
A convenção é realizada anualmente na Filadélfia e reconhece os melhores quadrinhos feitos por, para e sobre pessoas de cor no ano civil anterior. De acordo com Clóvis, embora não seja exclusivo para criadores negros, a convenção se esforça para homenagear aqueles que fizeram as maiores contribuições para o meio de quadrinhos em termos de impacto crítico e comercial.
O evento tem como objetivo incentivar um trabalho mais diversificado e de alta qualidade em todos os setores, além de inspirar novos criadores a adicionar suas vozes ao campo da cultura.
Os prêmios são nomeados para o blog Glyphs: The Language of the Black Comics Community at Pop Culture Shock, iniciado em 2005 pelo jornalista de quadrinhos Rich Watson como um meio de fornecer notícias e comentários de quadrinhos com temas negros, bem como tópicos tangenciais nos campos de ficção científica/fantasia negra e animação.
MAIS SOBRE CLÓVIS BATEBOLA
foto: Divulgação - Ludmila Lopes (RC24h)
foto: DivulgaçãoLudmila Lopes (RC24h)

Ele é conhecido internacionalmente como “Clóvis Batebola”, mas na comunidade da Estradinha, no bairro Porto do Carro onde mora, é Clóvis Eduardo. Atualmente tem 39 anos e o amor por histórias em quadrinhos é nutrido desde a infância.
Autodidata, o artista aprendeu inglês pela internet e aprimorou os traços por meio de pesquisas incessantes. Antes de alcançar sucesso como ilustrador de quadrinhos, ele trabalhava como chapeiro em uma lanchonete. Atualmente, Clóvis vive do trabalho artístico, desenhando histórias em quadrinhos para clientes nos Estados Unidos, Canadá e África.
“Quase caí da cadeira quando recebi a notícia de que a história em quadrinhos que estou desenhando há quase dois anos foi indicada por um dos principais portais de cultura POP do mundo, o CBR.com”, disse Clóvis.
Confira o depoimento do artista:
“Meu nome é Clovis Eduardo, mas sou conhecido fora do país como Clovisbatebola. Sou um artista de quadrinhos morador da Estradinha, (localidade entre Cabo Frio e São Pedro da Aldeia). Fui alfabetizado a partir dos quadrinhos quando a professora (tia Clemilda) percebeu a minha dificuldade de aprendizado e passou a ler comigo as revistinhas de superheróis que eu sempre carregava na mochila. Pratiquei e estudei desenho desde então, mas só consegui entrar no mercado de quadrinhos aos 39 anos, um pouco antes da pandemia.
De lá pra cá meu mundo virou do avesso e não parei mais. Eu produzo cerca de 2 páginas por dia. Desenhei diversos gêneros, desde romance policial, ficção científica, faroeste, superheróis e cyberpunk até horror.
Trabalhei para várias editoras fora do Brasil, com autores dos EUA, Canadá, Inglaterra, Japão, México e Austrália. Os principais trabalhos foram Apex 1-2, Ric McClune, Mrs.Vengeance, Jockey, The Guardian Reich e O kingdom Come (projeto em andamento e sem previsão de terminar).
Inclusive, estou para lançar nos EUA meu trabalho autoral denominado The Glory Manifest (A Glória Manifesta) que narra a luta de povos tradicionais e cristãos por sobrevivência diante da chegada de um Estado Teocrático“