Yago Dora com seu primeiro troféu de campeão em etapas do CTWSL/Thiago Diz

O catarinense Yago Dora manteve a hegemonia de títulos verde-amarelos na etapa brasileira do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT), desde que ela retornou a Saquarema em 2017. Yago festejou a primeira vitória da sua carreira no Vivo Rio Pro apresentado por Corona, no sábado (2) de boas ondas na Praia de Itaúna superlotada. A final foi contra o australiano Ethan Ewing e valeu U$ 100 mil, além da quinta posição no ranking do CT 2023. A jovem norte-americana Caitlin Simmers, de 17 anos, ganhou o outro título contra a bicampeã mundial Tyler Wright, recebendo o mesmo prêmio e também entrando no grupo das top 5 na Capital Nacional do Surf da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.


“É inacreditável o que estou sentindo”, disse Yago Dora, emocionado no pódio da vitória no Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema. “Estou muito feliz, a energia dessa torcida só me faz crescer, só me faz ser melhor e agradeço de coração cada um de vocês, que vieram aqui na praia com chuva ou Sol e esperou todos esses dias pro evento rolar. A recompensa está aqui, o título fica no Brasil, é nosso e é de todos vocês (público) também. Com certeza, vocês têm um pedacinho disso aqui e agradeço também minha família, meus amigos que estão aqui, então não tinha dia melhor para isso acontecer. Hoje foi esse dia, chegou a nossa vez e vamos Brasil".
A decisão do último título do Vivo Rio Pro apresentado por Corona, foi iniciada às 11h50 no Maracanã do surfe brasileiro. O australiano Ethan Ewing surfou a primeira onda e começou com nota 4,83. O mar estava um pouco difícil de achar boas ondas e Yago Dora ganhou 4,10 na primeira dele e 2,33 na segunda. Mas, o australiano retoma o primeiro lugar somando 3,67, enquanto o brasileiro arrisca um aéreo que não completa. Yago responde numa direita, mostrando seu backside com um ataque potente e mais duas rasgadas, para ganhar 4,83 e reassumir a ponta no placar de 8,93 a 8,50 pontos.

Ethan Ewing só precisava de 4,10 e pega uma esquerda bem balançada, conseguindo aplicar três manobras de backside. Só que Yago vem na onda de trás e dessa vez completa um aéreo full rotation de frontside perfeito numa esquerda. A torcida explodiu numa vibração incrível, parecendo um estádio de futebol lotado quando os juízes dão nota 10, a primeira do Vivo Rio Pro 2023. Ela praticamente confirma a primeira vitória do Yago Dora em etapas do CT, por 14,83 a 10,83 pontos. Além de faturar a premiação máxima de U$ 100 mil, o título no valeu a quinta posição no ranking, entrando na lista provisória dos top 5 que vão disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals.
Primeira vitória
“Eu nem estou acreditando ainda que venci um CT pela primeira vez”, disse Yago Dora, logo que chegou na arena do evento, depois de atravessar a multidão nas areias de Itaúna. “Eu posso dizer que foi a melhor semana da minha vida. Mesmo nos dias sem ondas, me diverti bastante e cada dia foi especial. Eu estava com a sensação de que alguma coisa especial ia acontecer. Demorou, mas essa primeira vitória chegou na hora certa e no lugar certo, então estou muito feliz. Não poderia ter um lugar melhor para ganhar meu primeiro evento no CT, ainda mais com uma nota 10”.

Na Praia de Itaúna, Yago Dora também tinha vencido em 2021, a primeira edição do Saquarema Surf Festival, etapa do Qualifying Series (QS) realizada em memória ao bicampeão brasileiro Leo Neves. O catarinense já havia chegado nas semifinais duas vezes na etapa brasileira do CT em Saquarema, só perdendo para os campeões Adriano de Souza em 2017 e Filipe Toledo no ano passado. No sábado, o caminho para a decisão do título do Vivo Rio Pro, foi iniciado no duelo brasileiro com Jadson André nas quartas de final. Depois, derrotou o bicampeão mundial John John Florence e precisava vencer o campeonato, para tirar o quinto lugar no ranking do havaiano. E Yago conseguiu!

“Não existe nada igual ao Brasil e o Yago (Dora) mereceu a vitória com aquele aéreo nota 10 que acertou”, disse o australiano Ethan Ewing, que tirou o terceiro lugar no ranking do saquaremense João Chianca com o vice-campeonato no Vivo Rio Pro. “Foi uma semana intensa e a torcida aqui não tem comparação com as das outras etapas do CT. Foi uma semana muito divertida, meu pai está aqui comigo, ficamos numa casa com muitas pessoas legais e só quero agradecer a todos os fãs pelo apoio e carinho. Todo mundo foi muito gentil comigo essa semana, então fico muito grato a todos”.
Hegemonia brasileira
A vitória do Yago Dora foi a primeira da carreira dele em etapas do CT, manteve a hegemonia brasileira de títulos desde o retorno da divisão de elite do esporte para Saquarema em 2017 e foi a 63.a do Brasil na história do Circuito Mundial iniciada em 1976. O primeiro título na Praia de Itaúna em 2017, foi conquistado pelo campeão mundial Adriano de Souza. Depois, teve o tricampeonato consecutivo de Filipe Toledo em 2018, 2019 e 2022, já que em 2020 e 2021 o evento não foi realizado por causa da pandemia. Filipe perdeu a invencibilidade para Jadson André nas oitavas de final e o potiguar parou no novo campeão, Yago Dora.

O último dia do Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema, foi iniciado às 6h35 pelas quartas de final masculinas, com Samuel Pupo perdendo a primeira bateria do dia para o australiano Ryan Calllinan. Depois, entraram as semifinais femininas, com Tyler Wright ganhando a primeira vaga na grande final. A australiana já ganhou 16 etapas do CT e poderia se tornar recordista absoluta com 4 vitórias no Brasil. Ela e mais duas australianas, Sally Fitzgibbons e Pauline Menczer, tinham três títulos na etapa brasileira do CT e a última da Tyler foi no retorno de Saquarema em 2017. A australiana ainda poderia recuperar a liderança no ranking da WSL, se vencesse o campeonato.
Final feminina
Isso porque a jovem californiana Caitlin Simmers, de apenas 17 anos de idade, tinha barrado a pentacampeã mundial e defensora do título em Saquarema, Carissa Moore, na segunda semifinal. A decisão feminina foi a primeira a entrar no mar, por volta das 11h na Praia de Itaúna. Caitlin começou forte numa boa esquerda, que abriu a parede para fazer duas manobras de backside no crítico da onda e atacar muito forte a junção. A torcida vibrou bastante com a finalização da norte-americana, que largou na frente com nota 8,33.

Tyler Wright só pegou sua primeira onda na metade dos 40 minutos da bateria, mas foi uma direita que fechou rápido. As séries de ondas já estavam bem mais espaçadas, demorando a entrar, então a escolha ganhou peso decisivo. Caitlin Simmers achou outra esquerda boa para mandar uma batida vertical debaixo do lip e seguiu manobrando até a areia, na onda que valeu 6,33. Tyler também pegou uma esquerda e conseguiu fazer três manobras de backside, mas errou a finalização e ganha 4,30.

Outra série de esquerdas entrou quando restavam 10 minutos para o término e Caitlin escolheu uma onda ruim. A melhor ficou para a australiana, que começou com uma manobra forte de backside e acertou mais duas para receber 5,50 e passou a precisar de 9,16 para virar o resultado. No entanto, não entraram mais ondas e Caitllin Simmers festejou a segunda vitória na sua temporada de estreia no CT. O placar terminou em 14,66 a 9,80 pontos e a jovem adolescente de 17 anos faturou o prêmio máximo de U$ 100 mil do Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema.
“Eu tenho muito respeito por todos que estão aqui nesse pódio, porque não é fácil, precisa de muita dedicação e sacrifício”, destacou Caitlin Simmers, após a vitória. “É meio desgastante nunca poder ficar um tempo em casa, mas, sem dúvidas, vale muito a pena todo o esforço e estou muito feliz agora. Quero agradecer toda a minha equipe, a família, patrocinadores e todos que me ajudaram neste caminho. Estar lá dentro do mar e ver essa multidão de pessoas na areia é muito insano. Certamente, foi o momento mais incrível da minha vida e agradeço a todos vocês do Brasil”.

Vaga no Top 5
Assim como Yago Dora, Caitlin Simmers também sai do Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema, em quinto lugar no ranking. Diferente do brasileiro, que só entrou no grupo dos top-5 com a vitória, a californiana conseguiu isso quando eliminou Tatiana Weston-Webb na repescagem. A brasileira e o tricampeão mundial Gabriel Medina saíram da lista provisória de quem se classifica para disputar o título mundial da temporada no Rip Curl WSL Finals, em setembro em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. Apenas duas vagas já estão confirmadas, a da líder Carissa Moore e da vice-líder, Tyler Wright, com o vice-campeonato em Saquarema.

“Eu amo o Brasil, amo a energia dos fãs brasileiros e estou feliz pelo resultado”, disse Tyler Wright. “Eu sinto que estou bem consistente esse ano, minha equipe de apoio está bem sólida, sempre analisando tudo para eu melhorar cada vez mais. Mesmo nas vitórias, sempre tem detalhes para melhorar e crescer, assim como nas derrotas também”.
WSL Finals e Olimpíadas
O Vivo Rio Pro apresentado por Corona inaugurou a reta final da temporada. Depois do Brasil, só restam mais duas etapas para fechar o ranking, que definirá os top-5 e as top-5 para a decisão dos títulos mundiais de 2023 no Rip Curl WSL Finals. Em Saquarema só teve uma mudança de nome no masculino e uma na feminina. Filipe Toledo tirou a liderança do californiano Griffin Colapinto, que caiu para o segundo lugar. O australiano Ethan Ewing subiu para a terceira posição, seguido por João Chianca na quarta e Yago Dora subiu da 12.a para a quinta colocação.

Já o ranking feminino permaneceu com Carissa Moore na frente, Tyler Wright em segundo lugar, Caroline Marks em terceiro, Molly Picklum em quarto e Caitlin Simmers é a nova quinta colocada. O World Surf League Championship Tour 2023 também é classificatório para as Olimpíadas de Paris 2024, indicando 10 homens e 8 mulheres com limite de 2 por país em cada categoria. Quatro mulheres já estão confirmadas, a brasileira Tatiana Weston-Webb, a francesa Johanne Defay, a costa-ricense Brisa Hennessy e a portuguesa Teresa Bonvalot. Além delas, Carissa Moore e Caroline Marks estão se classificando pelos Estados Unidos e Tyler Wright e Molly Picklum pela Austrália.

No ranking masculino, a disputa mais acirrada e que pode até ser decidida no Rip Curl WSL Finals, é pelas duas vagas do Brasil. No momento, elas estão com Filipe Toledo e João Chianca, mas se três brasileiros terminarem entre os top-5, a definição pode acontecer só na decisão do título mundial em Trestles. Os outros que estão se classificando são Griffin Colapinto e John John Florence pelos Estados Unidos, Ethan Ewing e Jack Robinson pela Austrália, Leonardo Fioravanti pela Itália, Kanoa Igarashi pelo Japão e Jordy Smith e Matthew McGillivray pela África do Sul.
Sucesso total
O Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema foi um sucesso total, com a Praia de Itaúna sempre lotada desde a sexta-feira da semana passada e até nos seis dias sem competição por falta de boas ondas. O escritório da World Surf League na América Latina, presidida por Ivan Martinho, já havia planejado promover entretenimento para o público que encheu a cidade. A Vila dos Patrocinadores bombou com ativações, diversões e brincadeiras, rolando todos os dias e com shows de bandas locais no Espaço Banco do Brasil Som e Surfe nos finais das tardes.

“Alegria total. Se a gente pudesse escrever um roteiro, talvez não fosse tão perfeito”, disse Ivan Martinho, presidente do escritório da World Surf League na América Latina. “A gente está muito orgulhoso, em ter concluído o evento com esse sucesso. Tudo o que a gente planejou para fora d´água funcionou muito bem. Tivemos uma semana longa de espera e tínhamos se preparado para isso, promovendo diversas ativações e muita diversão na Vila dos Patrocinadores, que ficou lotada todos os dias. A cidade de Saquarema novamente recebeu gente do Brasil inteiro e de outros países. Foi recorde de público, recorde de consumo na cidade e até recorde de elogios, o que nos deixa muito felizes”.

Ivan Martinho também lembrou que em outubro tem outro grande evento, o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil, que vai fechar o Challenger Series 2023 na Praia de Itaúna: “A gente volta pra cá na semana de 14 a 21 de outubro, para mais um show e certamente vamos caprichar, se esforçar, para fazer outro grande evento. O que aconteceu hoje (sábado) aqui foi mágico, foi histórico e coroar com estas vitórias do Yago (Dora) e da Caitliin (Simmers), eu acho que fecha com chave de ouro o Vivo Rio Pro 2023 e nos desafia para fazer ainda melhor em 2024”.
WSL FINALS E OLIMPÍADAS - O Vivo Rio Pro apresentado por Corona inaugurou a reta final da temporada. Depois do Brasil, só restam mais duas etapas para fechar o ranking, que definirá os top-5 e as top-5 para a decisão dos títulos mundiais de 2023 no Rip Curl WSL Finals. Em Saquarema só teve uma mudança de nome no masculino e uma na feminina. Filipe Toledo tirou a liderança do californiano Griffin Colapinto, que caiu para o segundo lugar. O australiano Ethan Ewing subiu para a terceira posição, seguido por João Chianca na quarta e Yago Dora subiu da 12.a para a quinta colocação.

Já o ranking feminino permaneceu com Carissa Moore na frente, Tyler Wright em segundo lugar, Caroline Marks em terceiro, Molly Picklum em quarto e Caitlin Simmers é a nova quinta colocada. O World Surf League Championship Tour 2023 também é classificatório para as Olimpíadas de Paris 2024, indicando 10 homens e 8 mulheres com limite de 2 por país em cada categoria. Quatro mulheres já estão confirmadas, a brasileira Tatiana Weston-Webb, a francesa Johanne Defay, a costa-ricense Brisa Hennessy e a portuguesa Teresa Bonvalot. Além delas, Carissa Moore e Caroline Marks estão se classificando pelos Estados Unidos e Tyler Wright e Molly Picklum pela Austrália.

No ranking masculino, a disputa mais acirrada e que pode até ser decidida no Rip Curl WSL Finals, é pelas duas vagas do Brasil. No momento, elas estão com Filipe Toledo e João Chianca, mas se três brasileiros terminarem entre os top-5, a definição pode acontecer só na decisão do título mundial em Trestles. Os outros que estão se classificando são Griffin Colapinto e John John Florence pelos Estados Unidos, Ethan Ewing e Jack Robinson pela Austrália, Leonardo Fioravanti pela Itália, Kanoa Igarashi pelo Japão e Jordy Smith e Matthew McGillivray pela África do Sul.