Em estágio avançado, escoliose idiopática causa deformidade, falta de ar, limitação de atividades e problemas psicológicosDivulgação/Secom PMVR
Volta Redonda - Mais duas cirurgias para corrigir quadros graves de escoliose infantil foram realizadas nesse fim de semana no Hospital São João Batista (HSJB), em Volta Redonda. Os procedimentos de alta complexidade fazem parte do projeto “Coluna Reta”, implantado pela Prefeitura de Volta Redonda em junho de 2021 para prevenir e oferecer tratamento ou correção da escoliose idiopática pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Ao todo, 34 cirurgias já foram feitas pelo projeto.
As cirurgias realizadas no sábado (2) foram bem sucedidas e a previsão é que Bárbara de Barros Ribeiro Silva, de 17 anos, e Maria Vitória Silva Santos, de 13, tenham alta médica nesta quarta-feira (6). O ortopedista Juliano Coelho, especialista em coluna e idealizador do projeto, que realiza duas cirurgias por mês em Volta Redonda, explicou que escoliose idiopática não tem uma causa conhecida e atinge milhões de pessoas.
“A escoliose idiopática é mais comum nas meninas e ocorre durante o estirão do crescimento (9 aos 14 anos). Ela provoca o desvio lateral e rotacional da coluna vertebral. Quando em estágio avançado, causa deformidade estética, falta de ar, limitação para atividades laborais e diversos problemas psicológicos. É por uma questão de saúde, autoestima, estética, e maior qualidade de vida para essas pessoas. É importante ressaltar que se não fosse pelo projeto, essas crianças não teriam esta oportunidade”, destacou Coelho.
Busca ativa nas escolas
O principal objetivo do “Coluna Reta” é fazer a prevenção da escoliose, evitando que os jovens de Volta Redonda precisem se submeter a cirurgias, ou quando há necessidade da intervenção cirúrgica, ela ocorra em um menor tempo possível. Atualmente, equipes do “Coluna Reta”, em parceria com estudantes do UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), têm realizado busca ativa por crianças e adolescentes com a deformidade nas escolas da rede municipal. Além das cirurgias, o programa oferece sessões de fisioterapia.
De março a agosto, 40 escolas de Volta Redonda foram visitadas, com cerca de 14 mil crianças avaliadas, com alguns casos com indicação de fisioterapia especializada e outros de intervenção cirúrgica. Neste segundo semestre, outras escolas serão visitadas.
Modelo para todo o estado
E o que deu certo em Volta Redonda serviu de modelo para um Projeto de Lei de autoria do deputado estadual Munir Neto. Sancionado pelo governador Cláudio Castro (Lei Nº 10.009/2023), o programa de diagnóstico precoce da escoliose será implementado em toda a rede de ensino público do estado do Rio.
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