Cerca de 160 mulheres estão matriculadas para as próximas turmasFoto: Divulgação - Secom/PMVR
Projeto ‘Mulheres Mãos à Obra’ promove aulas inaugurais de novas turmas de alunas da construção civil
Cerca de 160 mulheres se matricularam para as capacitações gratuitas ofertadas pela Secretaria de Políticas para Mulheres
Volta Redonda - Aconteceram nessa segunda-feira, dia 10, as aulas inaugurais do projeto “Mulheres Mãos à Obra” – criado pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda, e executado em parceria com a Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda), ofertando cursos de Elétrica Predial, Pintura Predial, Técnicas Básicas da Construção Predial e Solda com Eletrodo Revestido e Oxicorte. Realizadas no Centro de Qualificação Profissional (CQP) Aristides de Souza Moreira, no bairro Aero Clube, as aulas reuniram 160 mulheres, autoridades e representantes de instituições ligadas ao projeto.
As alunas terão aulas pela manhã (das 8h às 11h30), à tarde (das 13h às 17h30) e à noite (das 18h às 21h30), com duração média de 3,5 meses. A previsão é que as aulas aconteçam até 15 de julho, com a diplomação e formatura das alunas em 18 de julho. O curso de Solda com Eletrodos já tem 16 mulheres na lista de espera para o segundo semestre.
A secretária municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos, Glória Amorim, informou que foram as próprias mulheres que fizeram a opção por cursos profissionais que lhes dessem condições de conquistar renda e autonomia financeira. Queriam algo diferente do trivial. Algo, até então, inédito no mercado de trabalho.
“Eu trabalhei com grupo de mulheres durante 26 anos e através dos cursos já conseguimos qualificar mais de 600 mulheres que foram empoderadas e certificadas para trabalhar na construção civil. A mulher tem que ocupar também os espaços de decisão sobre o seu futuro e continuar crescendo, evoluindo. A mulher que sai daqui formada pode dizer que agora é uma profissional. Poucos municípios têm cursos como esses, onde a prefeitura, o Poder Público oferece transporte, lanche, material didático, equipamento de proteção individual, uniforme, cadernos, todo o incentivo para que a aluna matriculada nunca desista e conclua o aprendizado até o final”, enfatizou Glória Amorim.
Alunas ouvidas falaram da perspectiva dos cursos da construção civil. Juliana Cristina, moradora do Retiro, Daiane Paula, do Jardim Vila Rica, e Mirielen Teixeira Santos, do bairro Belmonte, garantiram que após qualificadas, vão enfrentar sem medo o mercado de trabalho na construção civil.
A vereadora Carla Duarte também participou da solenidade e citou o projeto como uma conquista de empoderamento feminino. “Coloco meu gabinete à disposição para colaborar na qualificação das mulheres que estão chegando na disputa do mercado de trabalho”, enfatizou.
O deputado estadual Munir Neto marcou presença e enalteceu o “Mulheres Mãos à Obra” como “essencial para alavancar a construção civil na cidade, que necessita dessas profissionais”.
Outra proposta de apoio ao projeto foi feita pela secretária municipal de Assistência Social, Rosane Marques, que colocou “a estrutura administrativa da Smas (Secretaria Municipal de Assistência Social) à disposição para alcançar mais mulheres que desejam entrar para a construção civil”.
Mercado de trabalho
A gerente geral de Gestão de Pessoas da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Ana Paula, esteve presente no evento e falou sobre da possibilidade de mais contratações de mão de obra feminina para a usina siderúrgica.
“A CSN está em expansão do seu quadro de funcionários e o desejo para este ano é chegar aos 28% de mulheres contratadas no seu quadro geral de funcionários”, conta Ana Paula.
A coordenadora de Recursos Humanos (RH) da CSN, Carla Lages, reafirmou esses números e citou a importância de valorizar o trabalho profissional feminino na política de contratações da empresa.
“A gente valoriza muito a profissionalização da mulher dentro das possibilidades de contratação para auxiliar no processo de empregabilidade da empresa, sendo fundamental para a indústria essa preparação da mão de obra. No ano passado foram contratadas 700 mulheres e muitas vieram dos programas de qualificação da prefeitura e foram trabalhar como operadoras de produção, soldadoras, eletricistas e até supervisoras. A gente pretende aumentar muito o número de mulheres com mais 700 contratações na produção”, afirmou Carla Lages, citando que a CSN começou com 3% de trabalhadoras contratadas no seu quadro.
“No ano passado – prosseguiu Carla Lages – o nosso quadro de mulheres empregadas representou 24% da mão de obra da CSN e queremos chegar a 28% este ano. A parceria com a prefeitura vem fortalecendo muito essa meta de colocar mulheres em todos os núcleos produtivos da empresa. A gerência de Desenvolvimento Industrial orienta que, depois de formadas, com tudo que vão aprender aqui, que façam as inscrições no processo seletivo da empresa”, concluiu a coordenadora de Recursos Humanos.
Os eventos (manhã e noite) também contaram com a participação da assessora de Políticas para Mulheres da SMDH, Kátia Teobaldo; do professor João Bosco (representando o presidente da Fevre, Caio Teixeira) e da diretora-administrativa da fundação, Nathália Campos, e a orientadora pedagógica da Fevre, Tânia Regina Bittencourt Aguiar Rodrigues; Vivian Moraes, do Projeto Novos Horizontes da Smas; o vereador Severino Câmara; o diretor do CQP, Eiji Yasmachita; os professores Hélio dos Santos, José Alberto de Almeida Carvalho, Cezar da Silva Pereira, Nilson de Freitas, Alcides Lourenço, Pâmela Cristina da Silva Gonçalves.
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