Rio - No primeiro almoço dentro da prisão, a ex-primeira dama Adriana Ancelmo comeu carne de porco, farofa, arroz e feijão nesta quarta-feira. Conhecida pela aquisição de joias luxuosas, a mulher do ex-governador Sérgio Cabral apareceu usando um terço no pulso esquerdo. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), o uso do objeto é permitido dentro da cadeia.
Nesta terça-feira, a Polícia Federal encontrou na casa do casal, no Leblon, R$ 53.050 em dinheiro vivo, seis notebooks, dois tablets e 100 "possíveis joias", que serão analisadas pela perícia para constatar se são bijuterias. Os objetos foram encontrados durante o mandado de busca e apreensão realizado pela PF. Adriana não estava em casa, mas depois se entregou à Justiça e foi levada para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Adriana está em uma cela de seis metros quadrados separada das outras detentas. Na galeria em que ela se encontra, há nove celas com capacidade total de 18 pessoas, mas, no momento, só sete ocupam o local. A penitenciária é a mesma que Cabral inaugurou em 2008. Ele também está preso.
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A advogada virou ré com Cabral e mais 11 pessoas, no processo que investiga rombo de R$ 220 milhões aos cofres públicos, resultado da cobrança de propinas em obras (Maracanã, Arco Metropolitano e PAC das favelas). Eles têm dez dias para apresentar defesa.
Segundo Bretas, Adriana não colaborou no processo, alegando sigilo profissional. O aprofundamento das investigações apontam que ela “ocuparia posição central na organização criminosa, capitaneada por seu marido, Sérgio Cabral”, descreve o juiz. Para os procuradores da República, a advogada seria uma das principais responsáveis por ocultar recursos recebidos indevidamente pelo ex-governador, valendo-se para tal de seu escritório de advocacia.
Do estagiário Caio Sartori