Rio - A Operação Calicute que prendeu Sérgio Cabral na manhã desta quinta-feira, no Leblon, Zona Sul do Rio, é resultado de uma investigação da força-tarefa da Operação Lava Jato no estado em ação coordenada com a Operação Lava Jato no Paraná. Cabral foi preso por corrupção e lavagem de dinheiro com envolvimento de empreiteiras e outros em seu governo para realização de obras públicas. A princípio, Sérgio Cabral ficará preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, segundo a procuradoria. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, o procurador do Ministério Público Federal, coordenador da Lava Jato no Rio, Lauro Coelho Júnior, explicou que a organização criminosa presa pela força-tarefa tinha seu ápice no ex-governador e abaixo dele, Wilson Carlos e Hudson Braga, presos nesta quinta.
"O esquema consistia numa cobrança de mesada feita pelo ex-governador. As licitações eram fraudadas e eram realizados esses pagamentos, que ocorreram entre 2007 e 2014", afirmou o procurador. Da Andrade Gutierrez vinham R$ 350 mil e da Carioca Engenharia R$ 200 mil, no primeiro mandato e R$ 500 mil, no segundo.
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A respeito das delações que revelaram o esquema de corrupção, reveladas por executivos da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia, ele disse: "Basicamente, nesses depoimentos foi relatado um esquema que consistia na cobrança de propina na reforma do Maracanã (R$ 1,05 bilhão), Arco Metropolitano e Pac das Favelas." No total, foram gastos mais de R$ 3 milhões.
Pezão
A lavagem de dinheiro foi "exuberante", segundo os procuradores, desde o governo Cabral, e desde então circula através de empresas falsas, mas em relação ao governador atual não foi levantado nenhum indício de participação em nenhuma delação, nem da Andrade Gutierrez, nem da Carioca Engenharia.