Por rafael.souza

Brasília - O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, ainda não liberou a sua decisão sobre o pedido do governo para anular o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A expectativa era que isso acontecesse antes do início da sessão no Senado, marcada para as 9 horas desta quarta-feira. Interlocutores do ministro afirmaram que ele deve emitir o seu parecer por volta das 10 horas.

Se a maioria dos senadores votar pelo afastamento de Dilma, o vice Michel Temer (PMDB) assume a Presidência da República até o julgamento ser concluído no Congresso.

Na ação impetrada na terça pelo governo, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, sustenta que o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) cometeu "desvio de finalidade" ao aceitar o pedido de abertura do impeachment em dezembro do ano passado.

Entre outros aspectos, Cardozo acusa o peemedebista de agir por "vingança", já que ele deflagrou o processo contra Dilma no mesmo dia em que o PT sinalizou que votaria pela cassação dele no conselho de Ética da Câmara.

Gleisi pedirá suspensão da sessão no Senado até que STF decida sobre impeachment

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) informou nesta quarta-feira, que pedirá a suspensão da sessão que vai analisar a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Ela defende que o processo apenas seja iniciado após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que relata o mandado de segurança impetrado pelo governo para tentar anular o processo de impeachment.

Na terça, o governo entrou com o pedido no Supremo, argumentando que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), agiu por vingança contra Dilma ao dar andamento ao pedido de afastamento contra ela. A peça também apontou que Cunha manobrou para escolher o deputado Jovair Arantes como relator da comissão especial de impeachment e indeferiu pedidos de reabertura do prazo para defesa.

Gleisi irá fazer uma questão de ordem já no início da sessão, que ainda não começou. Ela também contesta a possibilidade de que a discussão seja aberta enquanto a decisão do Supremo não é tomada. "A discussão é parte do processo", disse.

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