Por caio.belandi

Rio - Em 2014, o país fechou mais empresas do que abriu, o que acontece pela primeira vez desde 2008, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a série histórica do Cadastro Central de Empresas (Cempre).

Esta é uma das principais constatações do estudo divulgado hoje (14) pelo instituto, indicando que, em 2014 o país tinha, 4,6 milhões de empresas ativas, que ocupavam 41,8 milhões de pessoas, das quais 35,2 milhões (o equivalente a 84,2%) eram assalariadas e 6,6 milhões (15,8%) encontravam-se na condição de sócio ou proprietário.

Segundo o IBGE, apesar do número significativo de empresas existentes em 2014, quando da última pesquisa, a taxa de saída de empresas do mercado cresceu 6,1 pontos percentuais, passando de 14,6% para 20,7%, em relação a 2013. Com isso, 944 mil empresas deixaram o mercado em relação a 2013, o maior número desde 2008. No período, o número de empresas que entraram totalizou apenas 726,3 mil.

Os dados fazem parte do Cadastro Central de Empresas indicam, ainda, que os salários e outras remunerações pagos pelas entidades empresariais totalizaram R$ 939,8 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 2,03 mil, o equivalente a 2,8 salários mínimos mensais médios.

O levantamento do IBGE indica que a idade média dessas empresas era de 10,6 anos. Em relação a 2013, a taxa média de empresa que deixou o mercado cresceu 6,1 pontos percentuais, em 2014, passando de 14,6% para 20,7%, a maior taxa da série histórica, iniciada em 2008. Isso equivale a dizer que um total de 944 mil empresas deixaram do mercado entre um ano e outro.

A Demografia das Empresas 2014 indica que de um ano para outro a saída de empresas do mercado ocorreu em todas os segmentos, com destaque para o setor de outras atividades de serviços, que aumentou no período 10,5 pontos percentuais; seguido do de artes, cultura, esporte e recreação (8,7 pontos percentuais); construção (7,9 pontos percentuais); e informação e comunicação (6,8 pontos percentuais).

O estudo divulgado pelo IBGE permite analisar as taxas de entrada, saída e sobrevivência das empresas, além da mobilidade e idade média de cada uma. A partir dele é possível, por exemplo, avaliar as empresas de alto crescimento e seu impacto sobre variáveis econômicas, como o número de pessoal ocupado assalariado, dentre outras possibilidades.

Movimento de entrada

Os dados do Cadastro Central de Empresas chamam a atenção para o fato de que, em 2014, foi registrado o menor número de entradas de empresas no mercado desde 2008, com a taxa de novas empresas caindo de 18,3% em 2013 para 15,9%, em 2014.

Com isso, segundo o IBGE, 726,3 mil novas empresas entraram em atividade naquele ano, com a taxa de sobrevivência ficando em 84,1%, neste caso a maior taxa da série. As informações indicam que 3,8 milhões de empresas sobreviveram às adversidades do mercado, volume inferior ao verificado em 2013.

A exceção do setor de eletricidade e gás, todas as seções de atividades do mercado registraram queda nas taxas de entrada de empresas no mercado. As maiores reduções foram verificadas nas seções Indústrias extrativas (-4,9 pontos percentuais); construção (-4,0 pontos percentuais); e artes, cultura, esporte e recreação; e água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (ambas com -3,5 pontos percentuais).

Com a queda no número de novas empresas no mercado, pela primeira vez desde que esse estudo é realizado pelo IBGE, o saldo de empresas que entraram no mercado foi menor dos que as que entraram. De 2013 para 2014, 944 mil empresas deixaram o mercado, enquanto o número de entradas totalizou 726,3 mil empresas.

O Cadastro Central de Empresas é atualizado anualmente pelo IBGE a partir de informações levantadas junto às empresas dos setores da indústria, construção, comércio e serviços a partir de registros do Sistema de Manutenção Cadastral (Simcad), do próprio Cempre, e também de dados administrativos do Ministério do Trabalho.

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