A Constituição Federal prevê que cabe ao presidente da República, após aprovação do Senado, nomear os ministros do STF. O presidente da AMB quer, no entanto, outra forma de indicação e cita propostas de emenda à constituição que tramitam no Congresso como exemplo. Uma das ideias que ele abraça é a de que o próprio STF inicie o processo de indicação ao montar uma lista tríplice.
"Estamos trabalhando para que haja uma discussão e futura automação no sistema de indicação. Uma das emendas que por exemplo tramitavam no Congresso Nacional propõe que a lista tríplice seja formada pelo STF, depois encaminhada ao presidente, que selecionaria o nome e encaminharia ao Senado. Esse é o tipo de proposta, por exemplo, que envolve os três poderes na indicação. Então nós defendemos este tipo de situação", disse Jayme de Oliveira Neto, após a sessão do Conselho Nacional de Justiça nesta terça-feira.
"A AMB reconhece que o ministro preenche todos os requisitos, ele efetivamente é uma pessoa que cumpre o requisito objetivo de idade (entre 35 e 60 anos), tem o notório saber jurídico e tem reputação ilibada. Nós gostaríamos de que houvesse mudança de paradigmas na indicação, e gostaríamos de ver mais juízes de carreira dentro do Supremo. Mas, não tendo sido esta a escolha, escolhendo dentro de outro setor, o presidente escolheu bem", afirmou o presidente da AMB.
Oliveira minimizou o fato de Alexandre de Moraes - pelo menos até o momento da indicação - ser filiado ao PSDB e ministro do governo Temer. "Evidentemente, como ele atua na política, tem quem goste e quem não goste. Mas, juridicamente, ele é uma pessoa preparada para assumir o cargo de ministro do Supremo." Oliveira, no entanto, disse que a possibilidade de relações políticas é um motivo a mais para mudar a forma de indicação.