Brasília - O Placar da Previdência feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, mesmo os deputados favoráveis, por princípio, à reforma, têm restrições à proposta apresentada pelo governo. Dos 95 que disseram que votariam a favor, apenas 11 disseram que aprovariam o texto integralmente. Os outros 84 querem mudanças.
Nas perguntas feitas aos deputados, as mudanças na proposta do governo eram em relação à idade mínima de 65 anos; a exigência de 49 anos para se ter acesso ao benefício integral para quem receberá acima do salário mínimo; e a regra de transição para quem tem mais de 50 anos, no caso dos homens, e de 45, no caso das mulheres.
O jornal priorizou esses pontos porque são considerados os mais importantes pela equipe econômica para não desconfigurar o texto enviado. Muitos deputados, porém, fazem questão de ressaltar que também querem outras mudanças. Eles pediram o abrandamento das exigências para a concessão da aposentadoria rural e do benefício assistencial pago a idosos e deficientes da baixa renda. Também não concordam com a proibição de se acumular aposentadoria e pensão, desde que respeitado o teto do INSS.
O governo já sinalizou que está aberto a negociar esses pontos. A bancada do PSDB na Câmara, por exemplo, fechou questão e afirma que só aprovará a reforma se esses itens forem modificados juntamente com a regra de transição.
No caso da idade mínima de 65 anos, por exemplo, que é considerada praticamente o ponto central da reforma, dos 96 deputados que se disseram favoráveis, 68 pediram uma idade menor para as mulheres e 52 defenderam uma exigência menor também para os homens.
O jornal não conseguiu contato com 77 deputados. Outros 54 não quiserem responder e 35 se declararam indecisos. Um deles disse que vai se abster no dia da votação.
Reforma da Previdência corre o risco de não passar na Câmara
?A reforma da Previdência do Governo de Michel Temer corre sério risco de não passar na Câmara Federal, e ser enterrada. Foi sinal dado por articuladores na Casa. O Palácio tem placar a favor apertado para a PEC. Além da oposição de PT, PDT, PCdoB e legendas pequenas, a própria base está rachada. Solidariedade, ligada à Força Sindical, e o PTB, por questões históricas trabalhistas, não fecharam com o Governo.