Ex-presidente foi condenado em duas instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro - AFP
Ex-presidente foi condenado em duas instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiroAFP
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Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que a ideia de ser preso "passa todos os dias" por sua cabeça, mas garantiu não ter medo por ser inocente. Em entrevista exclusiva à AFP ontem à tarde, Lula reafirmou o desejo de concorrer às eleições presidenciais de outubro e ainda garantiu ganhar no primeiro turno.

O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Ele garante, entretanto, que todas as acusações foram montadas para desmoralizar sua candidatura e impedir a volta do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder.

Atualmente, ele tenta conseguir um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para impedir sua prisão quando se esgotarem seus recursos no TRF-4. Contudo, a Justiça eleitoral ainda pode torná-lo inelegível.

"Se eles resolverem me condenar e me prender, eles estão condenando um inocente, prendendo um inocente. Isso tem um preço histórico. Se querem tomar essa decisão, vão arcar com a responsabilidade do que vai acontecer no país", alertou. "Por isso, eu durmo tranquilo", afirmou Lula.

Ele descartou, no entanto, criar tensões eleitorais. "Vamos disputar democraticamente a eleição. Esse país não tem a cultura da violência no processo eleitoral."

Lula também falou a Monica Bergamo. Na entrevista à 'Folha', Lula diz esperar que o STF que deverá julgar o habeas corpus no qual sua defesa pede para ele não ser preso analise o processo, depoimentos e provas e tome uma decisão. "Por isso tenho a crença de que vou ser candidato", frisou.

Na entrevista, Lula diz que lamenta a postura de seu ex-ministro Antonio Palocci, hoje preso, e que no ano passado, em depoimento ao juiz Sergio Moro, citou um "pacto de sangue" entre Lula e a Odebrecht que tinha o foco em um pacote de propinas de cerca de US$ 1 milhão. Para o petista, a história de Palocci se esvaiu com isso. "O Palocci demonstrou gostar de dinheiro. Quem faz delação quer ficar com uma parte daquilo de que se apoderou. Não vejo outra explicação", argumentou.

 

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