Brasília - Sem responder a perguntas de jornalistas, o presidente Michel Temer deixou há pouco o Congresso Nacional do Chile, em Valparaíso, e afirmou que teve duas conversas com colegas sul-americanos após a posse de Sebastian Piñera. Temer não quis responder se desistiu de divulgar os extratos bancários por conta da quebra de sigilo determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso.
Segundo Temer, ele e o presidente Argentino, Mauricio Macri, falaram dos acordos para que o Mercosul consiga concluir uma aliança com a União Europeia.
"Aproveitamos para fazer uma reunião eu e Macri sobre questão da aliança Mercosul-União Europeia, que vai bastante avançada", disse. "Temos alguns pequenos pontos para ainda resolver, mas os chanceleres da União Europeia e do Mercosul vão se reunir muito proximamente e eu acho que depois de 19 anos nós talvez fechemos em definitivo o acordo Mercosul-União Europeia", completou, sem responder quando deve acontecer a reunião dos chanceleres.
Negociado desde 1999, o entendimento esteve perto de uma conclusão em 2004. Mas o Mercosul considerou na época que a oferta dos europeus era insuficiente. O processo ficou congelado por anos e, em 2016, voltou a ser negociado. O objetivo do governo de Michel Temer era anunciar o tratado em dezembro do ano passado. Mas, com uma oferta de abertura dos europeus uma vez mais insuficiente, o processo foi bloqueado.
Temer disse ainda que conversou com o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, para que façam em breve uma aliança do Mercosul com o Pacífico.
Saindo do Congresso, Temer foi até Cerro Castillo onde está sendo oferecido um almoço para as autoridades apenas para mais um cumprimento. Ele já deixou o local e retorna para Brasília.
Chile. Temer também comentou o fato de vir prestigiar a posse de Piñera e destacou que ambos tem "a mesma visão de mundo". "Vim cumprimentar o presidente eleito Sebastian Piñera, tendo em vista o fato de que nós temos uma relação comercial fortíssima, são mais de US$ 8 bilhões na nossa relação comercial, que aumentou, alias, em 2015, 2016 e 2017", disse. "E em segundo lugar temos mais ou menos a mesma visão de mundo", completou.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil é o principal destino dos investimentos chilenos no mundo, com estoque de US$ 31 bilhões, e seu primeiro parceiro comercial na América do Sul. O Chile, por sua vez, é o segundo parceiro comercial do Brasil na região, com intercâmbio comercial da ordem de US$ 8,5 bilhões, em 2017. Os dois países assinaram, em 2015, Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e, atualmente, negociam acordos de compras governamentais e de serviços financeiros.