Brasília - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que mais de 1 milhão de arquivos (entre fotos, vídeos e outros documentos obtidos em ambientes virtuais) com conteúdos relacionados a crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes foram analisados antes da deflagração da Operação Luz na Infância 2, ocorrida nesta quinta-feira.
Segundo Jungmann, essa é a maior ação integrada de polícias judiciárias civis em todo o Brasil.
Ele disse que os 579 mandados de busca e apreensão já resultaram em 132 prisões em flagrante. O número deve aumentar até o balanço do final do dia. A operação é realizada em 284 cidades, abrangendo o Distrito Federal e mais 24 estados.
O coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Alessandro Barreto, disse que a operação tem como foco encontrar pessoas que tenham grande quantidade de material. "Só uma pessoa na Região Sudeste foi encontrada com mais de 200 mil arquivos desse tipo", disse Barreto. A pessoa encontrada com o menor número de documentos tinha, sozinha, 150 arquivos.
Barreto também afirmou que foram presas pessoas de diferentes perfis, homens e mulheres "acima de qualquer suspeita", como educadores, advogados, profissionais de saúde e servidores públicos. A faixa etária também varia desde os 20 e poucos anos até idosos.
De acordo com dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), esta também é a maior operação para reprimir crimes de abuso infanto-juvenil concentrada em um único dia no mundo todo. Para a operação, foram analisados cerca de um milhão de arquivos suspeitos pela Diretoria de Inteligência da Senasp.
A Operação Luz na Infância 2 conta com 2,6 mil policiais civis que cumprem mais de 500 mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdos relacionados a crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes.
Sistema Único da Segurança Pública
Jungmann lembrou que nesta quarta-feira o Congresso aprovou o Sistema Único da Segurança Pública (Susp) e, após a sanção, este tipo de ação integrada deverá ser permanente. O ministro disse que a pasta já contava com a aprovação da matéria e possui um grupo de trabalho que se prepara para a implementação do sistema imediatamente. Ele admitiu, no entanto, que serão "passos lentos" e admitiu que sua gestão não "colherá todos os resultados".
"Esse foi o maior passo dado no sentido de integração desde a Constituição. Nunca antes nós tivemos a União dando rumo para segurança pública. São passos iniciais, a situação ainda é difícil, mas estamos dando rumo e buscando assegurar que todos os cidadãos tenham direito à segurança. Não estaremos aqui para colher todos os resultados, temos apenas alguns meses de governo, mas deixaremos as condições de trabalho como legado para mudar essa triste realidade de insegurança", declarou.
O ministro prometeu que, até o final do ano, deverão ser aprovadas novas fontes permanentes de recursos para a segurança pública e o governo também deve editar uma medida provisória para disponibilizar verba para a área de forma mais imediata.
*Com informações do Estadão Conteúdo