A senadora Gleisi Hoffman na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios - Alessandro Dantas / Divulgação
A senadora Gleisi Hoffman na Marcha a Brasília em Defesa dos MunicípiosAlessandro Dantas / Divulgação
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - A presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta quarta-feira, 23, que o partido está entrando com medidas judiciais para que o ex-presidente Lula possa conceder entrevistas para emissoras de televisão como pré-candidato à Presidência da República pela legenda. Segundo a senadora, a pré-campanha de Lula será lançada oficialmente no próximo dia 9 de julho, em Belo Horizonte.

"Lula é pré-candidato e não tem nada que lhe retire os direitos de pré-candidato. Não tem trânsito em julgado de sua sentença. Nessa fase, tem que ser facultado a ele a participação de ele externar suas opiniões. Estamos entrando com medida judicial pedindo que a juíza despache (o pedido de participação em sabatina do SBT, Folha e UOL). Também estamos entrando com medidas judiciais para que ele possa se manifestar publicamente, através de vídeos, de entrevistas e de gravações como têm direito todos os demais pré-candidatos", afirmou.

Nesta quarta, Gleisi representou Lula na XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada na capital federal. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que organiza o encontro, abriu espaço para que todos os pré-candidatos à Presidência participassem da marcha desde terça, e estendeu a mesma oportunidade ao petista, que enviou a presidente do PT para ler uma carta em seu lugar.

Manifesto por candidatura

XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios - Divulgação / CNM

A presidente da sigla disse também que no próximo domingo, o partido fará um "esquenta", espécie de mobilização nacional, com um manifesto no qual reafirmará a candidatura do petista. "Nesse domingo, dia 27, fazemos uma ação em todo o Brasil com os PTs municipais para entregar um manifesto sobre a situação do Lula e as questões do Brasil e para reafirmar a candidatura do Lula. É um esquenta, uma mobilização nacional", explicou. "No dia 9 de julho vamos lançar a pré-candidatura nacionalmente. Vai ser em Belo Horizonte, acertamos hoje com os governadores. O plano de governo vai ser finalizado e aprovado no dia 28 de julho, na convenção nacional do PT", anunciou.

Gleisi disse ainda que o partido já está discutindo o nome de um provável vice para a chapa de Lula e elogiou o empresário Josué Alencar (PR). "Vamos abrir a discussão do vice com a base aliada. Queremos fazer composição, queremos um vice para o presidente Lula de outro partido. Se for possível, até a convenção finalizaremos a chapa. Se não for, finalizaremos na data do registro de candidatura", contou.

A presidente petista também citou o caso do senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), quando questionada sobre como Lula iria fazer uma campanha presidencial mesmo correndo o risco de ficar inelegível. "Se impedissem o Lula, seria a primeira vez que isso aconteceria desde os anos 2000, da Lei da Ficha Limpa. Temos exemplos de políticos que disputaram com registro suspenso e levantaram sua inelegibilidade antes da diplomação", disse, ao lembrar Cunha Lima. "No Paraná, temos exemplos de prefeitos que fizeram a disputa presos. Seria uma violência contra o Lula, a primeira da Justiça Eleitoral. A inelegibilidade é momentânea e pode ser levantada até a diplomação. Os acordos que vamos fazer é programático. Os outros partidos conhecem essa realidade", explicou.

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