O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, fala à imprensa, no Palácio do Planalto - Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, fala à imprensa, no Palácio do PlanaltoValter Campanato/Agência Brasil
Por O Dia

Brasília - A principal entidade contrária ao acordo entre caminhoneiros e o governo federal pediu aos motoristas que liberem as rodovias interditadas como reação ao pronunciamento feito mais cedo pelo presidente da República, Michel Temer, que sugeriu usar forças de segurança para liberar as estradas. "Preocupada com a segurança dos caminhoneiros envolvidos, a Abcam vem publicamente pedir que retirem as interdições nas rodovias", cita a nota distribuída à imprensa.

Mais cedo, o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, havia dito que o uso da força citado por Temer tornaria ainda mais difícil o fim da paralisação porque causaria resistência dos manifestantes."Haverá gente presa, machucada e muita confusão", disse.

A mudança no posicionamento foi divulgada e será distribuída aos associados. O comunicado pede que seja respeitado eventual decreto presidencial sobre o tema.

A entidade sugere, porém, que continuem as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias. A manutenção do protesto é apoiada porque a entidade não concordou com o acordo firmado nesta quinta-feira.

"A Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel", cita o documento que lembra que a entidade tem reclamado sobre o tema desde outubro do ano passado. "É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria."

No comunicado, a associação atribuiu a crise de desabastecimento no país à manifestação tardia do presidente Michel Temer: "esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo Governo", escreveu. Ele diz que a entidade emitiu um 'novo alerta' no dia 14 de maio, uma semana antes do início da paralisação.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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