Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, garantiu que o acordo com as entidades dos caminhoneiros está mantido mesmo após o emprego das forças federais para desobstruir as estradas. Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer assinou decreto que autoriza a atuação do Exército em Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na greve.
Segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, da parte do governo, a negociação está encerrada e agora o foco é no cumprimento do acordo. "O governo está cumprindo 100% do acordo e esperamos que caminhoneiros também cumpram", disse Padilha.
Pelo acordo, que envolveu 12 pontos - entre eles zerar a Cide do preço do diesel até o final do ano e que os reajustes no preço do combustível ocorram a cada 30 dias - os caminhoneiros teriam que dar uma "trégua" das paralisações por 15 dias para o governo agir, porém isso não ocorreu.
"A negociação trouxe avanços que originalmente os caminhoneiros nem esperavam, mas conversamos nesta sexta com líderes do movimento, com boas e más intenções, e percebemos que alguns caminhoneiros acham que os líderes tinham que ter pedido mais", afirmou Padilha.
'Não há mais negociação'
Marun ponderou que "não há mais negociação, mas há diálogo, que é a marca do governo".
Os ministros admitiram que a diminuição dos bloqueios será lenta e deve continuar nos próximos dias.
Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que o país chegou a ter nos últimos dias até 938 interrupções em estradas. Dessas, 419 foram liberadas desde quinta-feira e restaram 519. Todas as interdições de rodovias são parciais.