Polícia encontrou corpo de Raquel dos Santos Soares, de 20 anos - Reprodução/ TV Globo
Polícia encontrou corpo de Raquel dos Santos Soares, de 20 anosReprodução/ TV Globo
Por Beatriz Perez

São Paulo - Desaparecida desde o dia 31 de dezembro de 2018, Raquel dos Santos Soares, de 20 anos, foi morta pelo tribunal do tráfico em São Paulo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo delegado que investiga o caso, Olívio Gomes Lyra, titular do 37º Distrito Policial. A Polícia Militar de São Paulo encontrou o corpo da jovem nesta terça-feira.

Inicialmente, investigado como feminicídio, o delegado responsável informou que o crime foi motivado pelo vazamento de informações da facção criminosa PCC, que atua dentro e fora dos presídios paulistas, para outra rival. Os traficantes teriam descoberto o vazamento de informações sobre o tráfico, quando ela, o marido, envolvido com o tráfico, e outras duas moças passavam por um 'julgamento' para serem punidas por uma briga no dia 31 de dezembro.

"A origem de tudo foi uma briga entre duas moças na tarde do dia 31 na comunidade Morro da Lua. No morro vizinho, da Capadócia, houve um primeiro 'tribunal'. Para os traficantes de lá, a briga entre as jovens poderia prejudicar a facção, com a incursão de policiais na comunidade. Eles queriam dar um corretivo na moça", disse o delegado.

Neste primeiro julgamento, os criminosos identificaram que Raquel e o companheiro John teriam outras informações mais relevantes para a quadrilha. Segundo o delegado, os homens dispensaram as duas mulheres e levaram o casal para outro local, o Jardim Ivete. No local, havia outros traficantes e lá, entenderam que Raquel tinha passado informações para uma quadrilha rival, motivo pelo qual ela teria sido assassinada. 

As outras duas mulheres que passaram pelo primeiro tribunal do crime e o marido de Raquel estão presos.

"Eles foram do Morro da Capadócia para o Jardim Ivete em um carro preto. A Raquel foi levada no porta-malas, segundo o John, e ele, foi levado dentro do carro. Ele alega que não viu a execução, mas acompanhou o julgamento", disse o delegado. 

O corpo de Raquel foi encontrado na Avenida Nuno Marques Pereira, no Capão Redondo, bairro da zona sul de São Paulo. De acordo com informações da PM, agentes foram solicitados para prestar apoio à Polícia Civil após uma denúncia anônima. As investigações apontam que ela foi morta por asfixia no local em que o corpo foi encontrado entre 21h e 22h do dia 1º de janeiro. 

A hipótese de feminicídio, levantada pela família, foi descartada no início da investigação. Parentes disseram que o casal tinha histórico de violência e que a jovem já havia sido agredida pelo parceiro. "A família está emocionalmente envolvida. Nós temos convicção da participação dele (John) no crime. Mas, a razão não foi briga de marido e mulher. Foi envolvimento no tráfico de drogas", acrescenta.

Raquel deixou duas filhas, uma com três anos e outra de um ano. As crianças estavam com os pais no Morro da Capadócia. Quando o casal foi para o 'tribunal do tráfico', elas foram deixadas com os avós paternos.

Você pode gostar
Comentários