Vaca atolada em Casa Grande, em Brumadinho  - AFP
Vaca atolada em Casa Grande, em Brumadinho AFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brumadinho - A tentativa de salvar uma vaca soterrada desde sexta mobilizou dezenas de pessoas, mas não teve final feliz. Após policiais, bombeiros e funcionários da Vale tentarem instalar tapumes no local, um grupo de 20 pessoas se embrenhou na lama. Uma corda chegou a ser usada para içar a vaca. Mas uma hora depois, ela foi sacrificada com uma injeção.

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) cobra da Vale, de forma imediata, o resgate dos animais isolados na região de Brumadinho em razão do rompimento da barragem. Também acionou a companhia para que garanta "a provisão de alimento, água e de cuidados veterinários àqueles animais cujo resgate não for tecnicamente recomendável".

Socorrista tenta tirar vaca ferida do meio do mar de lama - Mauro PIMENTEL / AFP

No documento encaminhado à mineradora e divulgado neste domingo, são citados danos ambientais, sociais e humanos imensuráveis para a área em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde houve na sexta-feira, 25, o derramamento de lama dos detritos da mina do Córrego do Feijão.

O plano de ação deverá contar com um profissional especializado do Comando da Operação de Resgate (CBM-MG e Defesa Civil). E a companhia precisará dispor de "equipe técnica qualificada, preferencialmente habilitada em manejo ecológico" ao realizar o trabalho de busca, resgate e cuidados dos animais.

Vaca é vista presa na lama em Brumadinho, Minas Gerais, após o rompimento de uma barragem da Vale - DOUGLAS MAGNO / AFP

A Vale terá de disponibilizar ainda apoio aéreo. O sobrevoo da área terá de ser feito "na menor altitude recomendada para que seja possível a visualização dos animais" e tudo deve estar registrado em filmagens. A empresa terá de enviar relatórios diários sobre as ações detalhando a quantidade de animais recolhidos.

Constituição

O Ministério Público informou que, ao acionar a companhia, considerou, entre outros pontos, o artigo 225 da Constituição Federal de 1988 que trata da proteção do meio ambiente.

Esclareceu ainda que a recusa, retardamento ou a omissão por parte companhia "constitui crime, punido com pena de reclusão de um a três anos, mais multa de dez até mil Obrigações do Tesouro Nacional (OTN)".

A reportagem tentou, sem sucesso, contato com a Vale para saber de sua posição sobre o resgate de animais na área.

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