Veruska Boechat e as filhas, Valentina e Catarina - Ag. News
Veruska Boechat e as filhas, Valentina e CatarinaAg. News
Por O Dia

São Paulo - A mulher do jornalista Ricardo Boechat, Veruska Seibel, chegou às 6h10 da manhã desta terça-feira ao velório, realizado no Museu da Imagem e do Som em São Paulo. Ela estava acompanhada das duas filhas que teve com Boechat, Valentina, de 12 anos, e Catarina, de 10, e da sogra, Dona Mercedes. Em mensagem à imprensa ela comentou a simplicidade e generosidade do comunicador, com quem casou-se em 2005.   

"Meu marido que dizia que era ateu, era o que mais seguia o mandamento mais importante: o de amar ao próximo. Eu nunca vi alguém se preocupar em ajudar tanto todo mundo. Agora ele é nosso anjinho. Era um coração, uma pessoa sem luxo. Tudo o que conquistou era pensando em mim e nos filhos. Tenho muito orgulho dele", disse, acrescentando que "a ficha ainda não caiu".

Emocionada, ela disse que Boechat sempre falava que queria ser cremado, mas que ainda não sabia como seriam as homenagens com a cinzas. "Não sei, tomaram meu celular", explicou à reportagem da BandNews. As filhas do casal também estão acolhidas por familiares e psicólogos.

Boechat deixa outros quatro filhos: Bia, 40, Rafael, 38, Paula, 36, e Patricia, 29, frutos do casamento com Claudia Costa de Andrade.

Envolto em coroas de flores, o caixão foi posto em cima do palco de um auditório do MIS. Ao passar, fãs tocavam a madeira, faziam sinal de despedida com as mãos e alguns até tiravam foto. Veruska, com quem Boechat teve dois filhos, ficou sentada em uma cadeira nas primeiras fileiras. Mais cedo, disse que a ficha ainda não caiu. Também agradeceu o apoio e as homenagens.

"Não perdia um programa", comentou a diarista Marly Sudário, de 51 anos, fã que todos os dias o acompanhava na TV e no rádio. Para ela, é o humor de Boechat que vai guardar na memória. "Gostava da risada."

Entre os presentes, o clima era de consternação. Curiosos também faziam selfies e lives na entrada do MIS. Há dezenas de coroas de flores em homenagem ao comunicador, inclusive enviadas por taxistas, público fiel de Boechat. Os carros que passam pelo local do velório buzinam em cumprimento aos amigos, familiares e admiradores.

O produtor de eventos e motorista de aplicativo Arnaldo de Freitas, de 34 anos, fez questão de cumprimentar a mulher de Boechat, Veruska Seibel Boechat, que ele só conhecia de ouvir o jornalista falar ao microfone. "Todo dia, às 7h30, o escutava no rádio. E sentia como se fosse da família", disse. "Ele sentia como a população. E eu gostava de como trazia para a conversa a família dele."

Com quase 50 anos de carreira jornalística e uma coleção de prêmios no currículo, Boechat era atualmente apresentador do Jornal da Band e âncora da BandNews FM. "Era um grande jornalista e um amigo de infância. Era divertido, um humorista", comentou o jornalista Augusto Nunes. Os dois foram contemporâneos no jornal O Estado de S. Paulo e conviveram diretamente. "Sempre foi muito generoso, ajudou tanta gente", disse.

Por lá, também passaram o empresário Abílio Diniz e o apresentador Otávio Mesquita. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou às 23h30. "O jornalismo perde uma referência. (Ele) conduziu sem trabalho com grandeza", comentou. "Jogamos bola juntos várias vezes. Era uma figura fraterna, adorável. E tinha um sentimento de justiça muito grande", disse

Colega de emissora, o apresentador do programa MasterChef Érik Jacquin tinha os olhos cheios de lágrimas ao lembrar do jornalista. "Todo dia ele estava lá, de manhã, à noite. Dancei com ele no carnaval de Salvador. Tenho a impressão de que todo mundo o amava."

Homenagem de taxistas

Um grupo de taxistas que conhecia Boechat se juntou para prestar uma homenagem ao jornalista na madrugada desta terça. Eles colocaram duas placas de táxi sobre o caixão e elogiaram o tratamento dado por Boechat aos motoristas.

"Era uma pessoa muito boa, amável, que conhecia nossas dificuldades", disse Mauro Simões, de 56 anos, que transportou Boechat algumas vezes do trabalho, no Morumbi, zona sul, para casa. No caminho, conversavam de tudo um pouco. "Falávamos sobre o dia a dia do Brasil", lembra.

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