Rio - O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse nesta terça-feira, em sua conta de Twitter, que é "contra qualquer poder paralelo, tráfico ou milícia".
A declaração veio em resposta a um artigo publicado pelo cineasta José Padilha no jornal "Folha de S. Paulo". O diretor de "Tropa de Elite" criticou o pacote anticrime de Moro e afirmou que ele facilita a atuação de milícias, apontando Flávio Bolsonaro como um dos favorecidos pela forte influência que milicianos exercem nas zonas eleitorais do Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.
José Padilha, que fez Tropa de Elite 2 em homenagem ao PÇOU, no afã de me atacar chama todos os moradores de Rio das Pedras de bandidos e "esquece" o fato de eu ter sido o senador mais votado em 86 dos 92 municípios do RJ. Sou contra QUALQUER poder paralelo, tráfico ou milícia!
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 16 de abril de 2019
O senador afirmou que Padilha acusou todos os moradores de Rio das Pedras de "bandidos", mas o cineasta apenas apontou a influência de milícias na região.
No tweet seguinte, no entanto, Flávio se posicionou contra a CPI das milícias. "O único intuito dessa CPI é tentar fortalecer a narrativa absurda de que tenho algum envolvimento com milícia", afirmou ele.
Sou contra QUALQUER poder paralelo! O único intuito dessa CPI é tentar fortalecer a narrativa absurda de que tenho algum envolvimento com milícia. É só palanque pra PÇOU. https://t.co/J1k8hNeuRI
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 16 de abril de 2019
A narrativa de que Flávio pode ter algum envolvimento com grupos milicianos ganhou corpo após algumas revelações, principalmente a de que o filho do presidente empregou em seu gabinete, enquanto exercia mandato de deputado estadual, a mãe e a esposa de Adriano da Nóbrega, um dos líderes do grupo miliciano de extermínio conhecido como Escritório do Crime, que atua na comunidade do Rio das Pedras.
Na época da revelação, Flávio respondeu apenas que o responsável pelas contratações de seu gabinete foi Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, e não prestou maiores esclarecimentos.
Flávio também já homenageou e condecorou policiais militares que posteriormente foram presos por integrar milícias, como Ronald Paulo Alves Pereira e o próprio Adriano da Nóbrega.