Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro - JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio MoroJOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, o ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Esse é o segundo encontro do presidente com o ministro esta semana após o vazamento que envolveu o ex-juiz da Operação Lava Jato, e a primeiro reunião oficial com o diretor-geral da PF.

O encontro não estava na agenda oficial de Bolsonaro nem na de Valeixo até 15h, apenas na de Moro - que não informava a presença do diretor-geral. O convite para o encontro com Moro partiu de Bolsonaro no final da manhã desta quarta, segundo o Estadão/Broadcast apurou.


Os dois marcaram para a próxima segunda-feira, às 17h30, a assinatura de uma medida provisória que trata da alienação de bens apreendidos de traficantes. O presidente também convidou Moro a acompanhar com ele nesta noite o jogo entre Flamengo e CSA, pelo Campeonato Brasileiro, no estádio Mané Garrincha.

Procurado, o Planalto não comentou o que foi discutido no encontro entre os três. Até a publicação desta reportagem, a assessoria de imprensa da Polícia Federal não havia respondido os questionamentos. O Estadão/Broadcast mostrou no último domingo, 9, que a Polícia Federal instaurou há cerca de um mês um inquérito para investigar ataques feitos por hackers aos celulares de procuradores da República que atuam nas forças-tarefa da Lava Jato em Curitiba, no Rio e em São Paulo.

Na terça-feira, a primeira reunião entre Bolsonaro e Moro foi classificada como "bastante tranquila". Nela, o ministro tratou com o presidente sobre o vazamento de suposto conteúdo de mensagens trocadas por ele e procuradores da Lava Jato. As informações foram divulgadas pela assessoria da pasta comandada por Moro, segundo a qual Bolsonaro "entendeu as questões que envolvem o caso".

O comunicado afirma que o ministro fez "todas as ponderações ao presidente, que entendeu as questões que envolvem o caso". Na nota, a pasta mencionou a situação como "invasão criminosa de celulares de juízes, procuradores e jornalistas", e informou que Moro "rechaçou a divulgação de possíveis conversas privadas obtidas por meio ilegal e explicou que a Polícia Federal está investigando a invasão criminosa".

No domingo, o site The Intercept Brasil divulgou o suposto conteúdo de mensagens trocadas por Moro e procuradores. As conversas mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. Em viagem a Manaus, o ministro da Justiça afirmou que não via "nada de mais" sobre as mensagens.