Ministro Gilmar Mendes - Rosinei Coutinho / STF
Ministro Gilmar MendesRosinei Coutinho / STF
Por O Dia
Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse à revista Época que as mensagens trocadas entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, podem anular a condenação do ex-presidente Lula. 
"Eu acho, por exemplo, que, na condenação do Lula, eles anularam a condenação", disse o ministro do Supremo referindo-se a aparente colaboração entre os dois.
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Crime
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Para o ministro, juiz e procurador cometeram crime. "Um diz que, para levar uma pessoa para depor, eles iriam simular uma denúncia anônima. Aí o Moro diz: ‘Formaliza isso’. Isso é crime”, disse. No trecho referido, o juiz Moro indica a Dallagnol uma fonte que estaria disposta a falar sobre o caso Lula. 
“Entao. Seguinte. Fonte me informou que a pessoa do contato estaria incomodado por ter sidoa ela solicitada a lavratura de minutas de escrituras para transferências de propriedade de um dos filhos do ex Presidente. Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou entao repassando. A fonte é seria”, teria escrito Moro em 7 de dezembro de 2015.

“Obrigado!! Faremos contato”, respondeu Dallagnol pouco depois. “E seriam dezenas de imóveis”, acrescentou o juiz. O procurador disse que a fonte não quis falar. “Estou pensando em fazer uma intimação oficial até, com base em notícia apócrifa”, completou Dallagnol. O juiz Sergio Moro endossou a estratégia: “Melhor formalizar entao”, escreveu o ministro da Justiça na época.
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“Simular uma denúncia não é só uma falta ética, isso é crime”, declarou Gilmar Mendes à revista. Ele é crítico ao que chama de “modelo de Curitiba” de combate à corrupção.
'Moro é chefe e Dallagnol é bobinho'
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O ministro Gilmar Mendes disse que o vazamento mostra que "o chefe da Lava-Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava-Jato era o Moro”, declarou.