
Entenda o caso
No dia seguinte, o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira foi detido em São Paulo, Walter Delgatti Neto foi preso em Araraquara e Danilo Cristiano Marques foi capturado em Ribeirão Preto. Todos são naturais de Araraquara e se conhecem.
Delgatti Neto, apelidado como "Vermelho" e dono de uma ficha criminal extensa, foi o único a admitir participação no crime. Gustavo Henrique Elias Santos, por sua vez, negou ser um dos hackers e também apontou para "Vermelho", afirmando que viu algumas das mensagens de autoridades vazadas em posse do amigo.
As investigações que resultaram na operação começaram após os ataques sofridos por Moro. Há pouco mais de dois meses, ele teria sido alvo de uma tentativa de invasão de suas contas no aplicativo Telegram.
Em apresentação para mostrar como se deram as investigações que chegaram ao grupo de hackers, nesta quarta-feira, o delegado federal da PF, João Vianey Xavier Filho, disse que o número de vítimas alvo do ataque é alto.
"Identificamos que cerca de mil números diferentes foram alvos desse mesmo modus operandi dessa quadrilha. Há possibilidade de um número muito grande de possíveis vítimas desse ataque que está sendo investigado agora", afirmou o delegado.
Luiz Spricigo Jr., perito criminal federal que também participou da coletiva, revelou que há um "forte indicativo" que o ministro Paulo Guedes também foi hackeado, como informado na última segunda-feira.
"Com um dos investigados estava uma conta vinculada ao nome do ministro Paulo Guedes. Ainda temos que confirmar, mas é um forte indicativo de que a conta seja realmente a do ministro", ressaltou Spricigo Jr.
Xavier Filho reiterou ainda que o intuito do grupo é praticar o chamado estelionato eletrônico, com fraudes fiscais com internet banking e cartões de crédito com o intuito de obter benefícios em dinheiro. "Foi localizada uma quantia razoável de dinheiro, quase R$ 100 mil em espécie, que já estão depositadas em juízo", revelou.