Tereza Cristina disse estar incomodada com as notícias sobre o assunto e afirmou que é necessário tomar cuidado para não "aterrorizar" os consumidores brasileiros e "muito menos" os consumidores externos. "Ninguém está pondo veneno no prato de ninguém. O consumidor brasileiro não está sendo impactado, a não ser pelo mau uso (de defensivos)", completou.
A ministra chamou jornalistas para um café da manhã com professores, especialistas e representantes de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para "nivelar a conversa" sobre a liberação de defensivos e "não ter questionamentos lá fora". "Nosso alimento é absolutamente seguro É um desserviço o que estamos fazendo, ajudando nossos concorrentes", disse.
Tereza Cristina disse ainda que um tema técnico foi se transformado em "combustível para guerra política" no Brasil e para a guerra comercial no exterior. "Há dados estapafúrdios sendo utilizados sem credibilidade e que estão gerando insegurança para o nosso consumidor", completou.
Segundo a ministra, a repercussão de notícias pode levar a questionamentos por outros países - o que ainda não ocorreu. "Não é que vamos parar de vender, mas vamos ter questionamentos "
Decreto
Tereza Cristina disse ainda que o governo prepara um decreto para aumentar o treinamento de agricultores no uso de defensivos agrícolas. O secretário de Defesa Agropecuária da pasta, José Guilherme Leal, afirmou que a ideia é que esses treinamentos sejam obrigatórios no futuro, mas que haverá um período de transição.
Já a ministra disse que a ideia central é mobilizar entidades para oferecer treinamentos na ponta, como sindicatos rurais e outros. "Vamos fazer campanha; tem que ir pro convencimento. No Brasil, está cheio de lei que não pegou. Estamos pensando em maneiras de democratizar e chegar até a ponta", afirmou.
Reavaliação
O diretor da Anvisa, Renato Porto, disse que a agência lançará em breve uma nova metodologia para reavaliação de agrotóxicos no Brasil. A ideia é estabelecer critérios para definir a ordem de análise, priorizando produtos que podem ser mais tóxicos. "Vamos juntar tecnologias para reduzir o padrão de toxicidade do Brasil", afirmou.
Ele lembrou que, entre 2006 e 2019, foram reavaliados 16 ingredientes, dos quais 12 foram banidos.