Por O Dia

Um dos queridinhos do governo, Moro foi alvo, pela primeira vez, de uma orientação pública em um tom crítico. Em entrevista ontem de manhã, Jair Bolsonaro disse ter dado dicas e pedido paciência ao ministro em relação à tramitação do pacote anticrime no Congresso. Segundo o presidente, a resistência de parlamentares à proposta pode atrapalhar a Reforma da Previdência, prioridade do governo.

"O Moro está vindo de um meio onde ele decidia com uma caneta na mão. Agora, não temos como decidir de forma unilateral e temos que governar o Brasil", comparou. "O ministro Moro vem da Justiça, mas não julga mais ninguém. Entendo a angústia dele, de querer que o projeto vá para frente. Mas nós temos que combater, diminuir o desemprego, fazer o Brasil andar, abrir o nosso comércio", completou.

As declarações ocorrem depois de o pacote anticrime de Moro ter sofrido derrota na Câmara. Os deputados rejeitaram na terça a inclusão no texto final do projeto chamado 'plea bargain' planejado pelo ministro, solução negociada entre o MP, o acusado de um crime e o juiz. "Vou conversar com Moro. Teve alguma reação do Parlamento e você não pode causar turbulência. Lamento, mas vai ter que dar uma segurada. Eu não quero pressionar isso daí e atrapalhar, tumultuar lá. Tantas outras propostas não enviamos para não atrapalhar a Previdência".

Bolsonaro ainda reforçou que o pacote de Moro está em segundo plano. "Sabemos que uma pressão em cima da reforma dele agora atrapalha um pouco a tramitação dessa Reforma mãe no Parlamento (a da Previdência). Tenho falado para ele ter um pouco mais de paciência", cutucou. Bolsonaro também foi questionado se notícias envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e procuradores respingariam em Moro. "Eu quero que o Brasil dê certo".

À noite, Moro participou da live semanal transmitida pelo Facebook de Bolsonaro.

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