Análise interna mostra que Facebook não conseguiu impedir rede de desinformação sobre Marielle Franco
Documentos obtidos pelo Wall Street Journal revelam que empresa demorou quatro meses para frear grupo que espalhava notícias falsas sobre a vereadora
Marielle foi morta em 14 março de 2018, junto com Anderson GomesDivulgação
Por ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - Uma análise interna do Facebook mostra que o gigante das mídias sociais não foi capaz de desvelar e impedir uma rede de contas no Brasil espalhando desinformação sobre a vereadora do PSOL Marielle Franco após o seu assassinato, um evento que polarizou ainda mais o País às vésperas de uma eleição presidencial disputada em altas temperaturas, mostram documentos obtidos pelo Wall Street Journal.
A empresa, que demorou quatro meses para desmantelar essa rede, também descobriu que um grupo que apoiava o então candidato Jair Bolsonaro, vencedor da eleição, estava encorajando os seus seguidores no Facebook a usar um aplicativo criado por fornecedores independentes que habilitava o grupo a fazer publicações em seu nome duas vezes ao dia.
O Facebook não sabia sobre essas atividades até ser alertado por repórteres e ainda assim não conseguiu determinar quão difundida ela estava, mostram os documentos.