José David Xavier  - Reprodução
José David Xavier Reprodução
Por O Dia
São Paulo - Entre tantas medidas escabrosas praticadas por José David Breviglieri Xavier, quando era presidente de um parque de diversões, chama a atenção ter usado dinheiro do empreendimento para processar uma diretora financeira que fazia parte da sua própria administração. Oi?
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Acredite se quiser, mas o antigo gestor, no melhor estilo raposa tomando conta do galinheiro, gastou R$ 15 mil do orçamento do parque para acionar na Justiça sua par de diretoria, sob alegação de crimes contra a sua honra. Ele já foi notificado pelos advogados da atual administração do parque a restituir o dinheiro. Do contrário, responderá por ações nas áreas criminais e cíveis.
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O que o parque tinha ver com o desentendimento entre diretores? Nada, mas para o executivo, que ganhou apelido nas redes sociais de João de Deus, por maus-tratos a funcionários, dinheiro da empresa que deveria gerir com responsabilidade fiscal era usado para seus interesses particulares. É como misturar o interesse público com o privado em faturamento de estatal. A Operação Lava-Jato sabe bem o que é isso.
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Mas ao contrário do que se possa imaginar, a vítima no caso não foi José David, mas Deuscimara Teixeira Mendonça. A diretora financeira acionou seus advogados (sem usar dinheiro do parque para pagar honorários) para denunciar na Justiça o ex-presidente de mandar “capangas” coagi-la a comparecer a uma assembleia no parque.
Para poder fazer deliberações de acordo com a sua conveniência, de maneira casuística, o dirigente afastado da Justiça precisava da presença da Deuscimara, representante dos acionistas majoritários. David foi colocado no cargo de presidente do parque por acionistas minoritários.
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Numa cena que lembra filme norte-americano de mafiosos, José David determinou que dois “capangas”, que atuavam como seguranças particulares do parque, fizessem a escolta de Deuscimara até a sua residência em Jundiaí no final do dia, a fim de garantir sua presença em assembleia no dia seguinte.
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Os leões de chácara pernoitaram na rua, em frente à casa da diretora, para que ela comparecesse, custe o que custasse, na reunião societária do parque. Com cara de poucos amigos, tal como gângsteres, a escoltaram até o cartório da cidade, onde ela precisava autenticar documentos, a fim que não se “perdesse” pelo caminho. Ela só se dirigiu ao parque após se encontrar com seu advogado.
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Amedrontada com verdadeiro ato de terrorismo, Deuscimara temeu pela própria vida caso não fosse ao parque por livre e espontânea pressão. Passou pela cabeça da pacata senhora de 60 anos até mesmo um risco de feminicídio. O temor consta do processo movido por ela contra José David, um executivo que acredita que os fins justificam os meios.