José Luiz Abdalla teria recebido recursos desviados de José David XavierReprodução
Por O Dia
Publicado 09/09/2019 15:46 | Atualizado 19/03/2021 18:06
São Paulo - José Luiz Abdalla não costuma brincar em serviço. Apesar de acionista de um parque de diversões, o empresário do ramo imobiliário não tem credo nem religião quando o assunto é dinheiro. Em maio deste ano, por exemplo, pesa sobre Abdalla a denúncia de que tirou proveito de um rentável evento de uma igreja cristã protestante em seu empreendimento para embolsar R$ 50.915,00.
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Detalhe: o montante estava reservado para pagar fornecedores do parque, que estavam há meses sem receber. Pior: a quantia seria suficiente para pagar os salários atrasados, na época, de 30 humildes funcionários. O empresário teria até assinado recibo no ato do pagamento.
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O descaso chama atenção já que o parque de diversões encontra-se em recuperação judicial. Ou seja, acionista não tem direito a dividendos enquanto a companhia não acertar as contas com os credores.
Como gestão não é o seu forte, Abdalla costuma advogar em causa própria. Além de abusar do direito de pedir cortesias à administração do parque para seus incontáveis convidados, o empresário desfalca ainda mais às finanças da companhia com uso indevido de ingressos para cobrir despesas pessoais.
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Vizinhos do imóvel onde Abdalla mora relatam que entradas do parque já foram dadas à administração da propriedade para cobrir custos do condomínio mensal. Ou seja, além de não arcar com seus compromissos enquanto pessoa física, o empresário compromete o faturamento da pessoa jurídica do parque com excesso de convites gratuitos.
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Não é de hoje que Abdalla patina nos negócios. Paga, via orçamento do parque, pelos erros cometidos há dois anos quando escolheu José David Breviglieri Xavier para presidir o parque.
José David, que foi afastado da gestão do empreendimento em maio, está sendo acusado nas redes sociais, nos últimos dias, de maltratar funcionários. O ex-gestor ganhou apelido de João de Deus, o médium que de santo virou demônio após assediar centenas de mulheres em Abadiânia, Goiás.
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O empresário chegou, no fim de 2017, a entrar com uma petição na Justiça para tirar Xavier da presidência do parque de diversão. Abdalla alegava que não tinha acesso às informações financeiras da empresa e que só conseguiu entrar no parque após boletim de ocorrência.
Já Xavier acusava o acionista de chantageá-lo. Em março de 2018, Abdalla entrou no parque com seguranças e protagonizou um desentendimento generalizado com funcionários do parque, com direito inclusive a empurra-empurra com o então presidente.
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Não se sabe se por conta de algum alinhamento econômico, na linha toma lá, dá cá entre a criatura e o criador, Abdalla e Xavier hoje se encontram do mesmo lado. Do lado de fora, quer dizer, já que a Justiça determinou que o acionista trapalhão e o presidente afastado com fama de truculento não dão mais as cartas no empreendimento, comandado hoje pelos acionistas majoritários do parque.
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