Prefeito do Rio, Eduardo Paes, participa de inauguração do BioParque
Prefeito do Rio, Eduardo Paes, participa de inauguração do BioParqueEstefan Radovicz / Agência O DIA
Por Jorge Costa*
Rio - Nada está descartado para conter o aumento de internações por Covid-19 no Rio, nem mesmo o fechamento completo da cidade e a adoção de barreiras sanitárias. Foi o que admitiu o prefeito Eduardo Paes durante a inauguração do BioParque, antigo Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista, na Zona Norte. Na sexta-feira (19), a prefeitura divulga um boletim epidemiológico e pode já antecipar novas medidas restritivas. Mas o próximo fim de semana é que será fundamental para avaliar, na próxima segunda-feira, se as regras serão endurecidas, inclusive com ampliação de horário da proibição de permanência na rua, a suspensão de cultos e o fechamento de parte do comércio.
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Na próxima segunda, pela manhã, prefeitura e secretaria municipal de Saúde se reúnem com o comitê científico para avaliar a situação do Rio. O número de internações e a movimentação na cidade no fim de semana serão fundamentais para tomar uma decisão mais rigorosa. A previsão do tempo é de céu claro, o que levar ainda mais pessoas às ruas. Em contato com O DIA, um membro do comitê científico adiantou que algumas das sugestões ao município são a proibição de celebrações religiosas, o estímulo ao home office e o fechamento de bares às 17h. Até segunda-feira, vale o decreto de fechar às 21h. Novas mudanças devem ser publicadas no Diário Oficial do dia seguinte.
Via Twitter, Paes adiantou que "certamente" uma medida que deve ser tomada é a de antecipar feriados de abril para o mês de março: Tiradentes, dia 21, e São Jorge, dia 23. O mês ainda tem a Sexta-Feira Santa, dia 2, e o domingo de Páscoa. A prefeitura ainda decidirá as novas datas.
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"A gente vai discutir a possibilidade de fechamento completo da cidade. O mês de abril é ruim para a atividade econômica porque têm muitos feriado, como a Semana Santa, São Jorge e Tiradentes. Podemos fazer a antecipação dessas datas nos próximos 10 a 15 dias para termos um momento de interrupção da passagem do Covid", afirmou. 
"Ontem perdemos 3 mil vidas por conta desse vírus [No Brasil]. Continuamos muito atentos. Podemos trazer restrições, na segunda-feira estarei convocando uma reunião com o comitê científico e vou analisar os números dessa semana para debater sobre possíveis novas restrições", comentou Paes.
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Prefeito pede ao governador integração nas restrições e faz apelo a Bolsonaro

Paes também fez um apelo ao presidente Jair Bolsonaro, para que sejam adotadas ações emergenciais de transferência de renda no molde do auxílio emergencial.

"Faço meu apelo ao Bolsonaro e ao Congresso: não é possível, 90% do país no lockdown sem que haja estímulos, medida de transferência de renda e nenhum auxílio para empresários e comerciantes. Ações tomadas no mundo inteiro, até os mais liberais na economia entendem a importância do Estado nesse momento", afirmou o prefeito.

Por fim, o prefeito disse que não adiantaria ele fechar a cidade sem uma coordenação com o governo do Estado e outras prefeituras da Região Metropolitana.

"Ontem conversei com o Cláudio Castro, disse a ele que é muito difícil que uma cidade como o Rio tomar medidas sem que coordenem com os municípios. As ações no Brasil vêm sendo tomadas por governos estaduais. A cidade do Rio vai tomar suas decisões mas vamos sempre informar e discutir com o governador, esperando que tenhamos uma solidariedade metropolitana", disse.

Paes concluiu a fala explicando que se os outros municípios vizinhos não aumentarem as medidas restritivas, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital continuariam com números altos.

"Não é admissível ver a situação, basta ver o número de espera, 80% em Seropédica, Arraial do Cabo, Nova Iguaçu, e a rede municipal de saúde desses lugares não tem enfermaria e hospitais, tendo que recorrer à Região Metropolitana", concluiu.
*Estagiário sob supervisão de Gustavo Ribeiro