Paes admite possibilidade de 'fechamento completo da cidade' para conter a transmissão da covid-19
Durante inauguração do BioParque, prefeito do Rio afirmou que estuda antecipar os feriados de abril
Por Jorge Costa*
Rio - Nada está descartado para conter o aumento de internações por Covid-19 no Rio, nem mesmo o fechamento completo da cidade e a adoção de barreiras sanitárias. Foi o que admitiu o prefeito Eduardo Paes durante a inauguração do BioParque, antigo Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista, na Zona Norte. Na sexta-feira (19), a prefeitura divulga um boletim epidemiológico e pode já antecipar novas medidas restritivas. Mas o próximo fim de semana é que será fundamental para avaliar, na próxima segunda-feira, se as regras serão endurecidas, inclusive com ampliação de horário da proibição de permanência na rua, a suspensão de cultos e o fechamento de parte do comércio.
Via Twitter, Paes adiantou que "certamente" uma medida que deve ser tomada é a de antecipar feriados de abril para o mês de março: Tiradentes, dia 21, e São Jorge, dia 23. O mês ainda tem a Sexta-Feira Santa, dia 2, e o domingo de Páscoa. A prefeitura ainda decidirá as novas datas.
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"A gente vai discutir a possibilidade de fechamento completo da cidade. O mês de abril é ruim para a atividade econômica porque têm muitos feriado, como a Semana Santa, São Jorge e Tiradentes. Podemos fazer a antecipação dessas datas nos próximos 10 a 15 dias para termos um momento de interrupção da passagem do Covid", afirmou.
"Ontem perdemos 3 mil vidas por conta desse vírus [No Brasil]. Continuamos muito atentos. Podemos trazer restrições, na segunda-feira estarei convocando uma reunião com o comitê científico e vou analisar os números dessa semana para debater sobre possíveis novas restrições", comentou Paes.
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Prefeito pede ao governador integração nas restrições e faz apelo a Bolsonaro
Paes também fez um apelo ao presidente Jair Bolsonaro, para que sejam adotadas ações emergenciais de transferência de renda no molde do auxílio emergencial.
"Faço meu apelo ao Bolsonaro e ao Congresso: não é possível, 90% do país no lockdown sem que haja estímulos, medida de transferência de renda e nenhum auxílio para empresários e comerciantes. Ações tomadas no mundo inteiro, até os mais liberais na economia entendem a importância do Estado nesse momento", afirmou o prefeito.
Por fim, o prefeito disse que não adiantaria ele fechar a cidade sem uma coordenação com o governo do Estado e outras prefeituras da Região Metropolitana.
"Ontem conversei com o Cláudio Castro, disse a ele que é muito difícil que uma cidade como o Rio tomar medidas sem que coordenem com os municípios. As ações no Brasil vêm sendo tomadas por governos estaduais. A cidade do Rio vai tomar suas decisões mas vamos sempre informar e discutir com o governador, esperando que tenhamos uma solidariedade metropolitana", disse.
Paes concluiu a fala explicando que se os outros municípios vizinhos não aumentarem as medidas restritivas, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital continuariam com números altos.
"Não é admissível ver a situação, basta ver o número de espera, 80% em Seropédica, Arraial do Cabo, Nova Iguaçu, e a rede municipal de saúde desses lugares não tem enfermaria e hospitais, tendo que recorrer à Região Metropolitana", concluiu.
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