Segundo a Cdurp, as diretrizes a serem tomadas e a elaboração de um novo modelo de gestão para o espaço serão definidos após a análise dos estudos a serem apresentados a partir do chamamento no edital.
"Até que os estudos estejam prontos, não é possível precisar data para início das intervenções e, pelo mesmo motivo, nem quais intervenções serão consideradas necessárias", diz a Cdurp, em nota.
O edital aponta que os estudos devem considerar aspectos de engenharia, como a recomposição da arquitetura original do pavilhão e sua cobertura, modernização dos palcos, melhoria das áreas comuns e equipamentos de uso público, como os banheiros, e acessibilidade nas áreas internas e externas, além da elaboração de projeto paisagístico.
Em relação a um novo modelo de gestão, o edital pede que sejam elaborados estudos para uma "futura concessão comum" do espaço, considerando proposta de exploração comercial e plano de negócios.
A iniciativa da prefeitura atende a Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a prefeitura, Ministério Público estadual e membros da Comissão de Organização e Administração (COA) da Feira, em 14 de janeiro de 2020. Na ocasião, ficou estabelecido que a prefeitura iria elaborar estudo para um novo modelo de gestão do pavilhão.
Feirantes pedem que sejam consultados
Os feirantes ouvidos pela reportagem pedem que a prefeitura consulte os comerciantes para a elaboração de um novo modelo de gestão:
"A nossa luta é para que o poder público volte a participar da gestão da feira, que ficou abandonada pela prefeitura. Assim, vemos com bons olhos o edital. Mas o que nos preocupa é o fato de os feirantes não terem sido consultados ainda. São pessoas que fizeram muito pela feira apesar do desinteresse dos governantes, pessoas que dependem do espaço para sobreviver. Ninguém sabe o que vai acontecer até agora, e precisamos participar das discussões", diz Flávio Farney Xavier, proprietário do restaurante Conexão Mandacaru.
Já Mauro Guerra, que comanda o restaurante Xodó da Feira, tem a mesma opinião:
"A feira precisa de obras, de uma boa reforma, pois ela está abandonada. Alguém deve fazer alguma coisa. Mas precisamos ser ouvidos".
Membro da COA, Magnovaldo Pereira afirma que a administração não foi consultada pela prefeitura para a elaboração do edital da Cdurp. E pede melhorias no pavilhão:
"A gente espera que haja uma melhora na infraestrutura, como energia e água, pois hoje funcionamos com geradores e carros-pipa. Pedimos também que a prefeitura venha a criar uma linha de crédito para os comerciantes, para que eles possam se reerguer após a pandemia".
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