Envolvidos chegam à Superintendência da Polícia Federal, no Rio: a instituição deflagrou  na manhã desta quarta-feira (5), a 57ª fase da operação Lava Jato, denominada Operação Sem Limites, que mira a corrupção no comércio de petróleo entre empresas estrangeiras e a Petrobras, e irregularidades na área de afretamento de navios. São alvos pessoas do Paraná e do Rio, onde a PF espera cumprir 25 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão preventiva - Foto: Severino Silva/Agência O Dia - Severino Silva/Agência O Dia
Envolvidos chegam à Superintendência da Polícia Federal, no Rio: a instituição deflagrou na manhã desta quarta-feira (5), a 57ª fase da operação Lava Jato, denominada Operação Sem Limites, que mira a corrupção no comércio de petróleo entre empresas estrangeiras e a Petrobras, e irregularidades na área de afretamento de navios. São alvos pessoas do Paraná e do Rio, onde a PF espera cumprir 25 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão preventiva - Foto: Severino Silva/Agência O DiaSeverino Silva/Agência O Dia
Por Agência Brasil
São Paulo - A Polícia Federal fez nesta quinta-feira uma operação contra um grupo acusado de formar cartel para controlar os preços dos fretes do transporte de veículos novos. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em endereços em Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP), Serra (ES), Betim (MG) e Simões Filho (BA). Os alvos são quatro empresas de transporte e um sindicato sediado no Espírito Santo. A polícia acredita que mais de 30 pessoas estejam envolvidas no esquema.
As investigações começaram com um acordo de leniência feito com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em que foi denunciado o cartel. Como o processo no Cade ainda está sob sigilo, não foram divulgadas informações sobre os termos exatos ou os envolvidos.
Publicidade
Preços até 40% maiores
Segundo o delegado federal Rodrigo Sanfurgo, entretanto, as informações apontam para que a combinação de preços entre as quatro empresas que controlam o transporte de veículos desde as montadoras e importadoras até as concessionárias tenha começado em 2010. “Essas empresas se uniram, passaram a trocar informações sensíveis. Passaram a dividir o mercado e, então, estipular o preço que seria ofertado para os clientes”, enfatiza.
Publicidade
O acordo ilegal entre as empresas permitiu, de acordo com Sanfurgo, que fossem cobrados valores no mínimo 20% maiores do que em condições normais de concorrência pelos fretes, que fazem parte da composição do preço final dos veículos, cobrado dos consumidores. “Há vários indícios de que a prática continue em vigor e faça com que o preço do frete, suportado pelo consumidor, seja 30%, 40% do que poderia ser praticado no mercado competitivo”, diz o delegado.
Coerção
Publicidade
As participantes do cartel impediam, segundo a investigação, a entrada de novos concorrentes no mercado e que as montadoras e importadoras contratassem transportadoras que não faziam parte do esquema. “As montadoras e as importadoras não são investigadas. Mas elas são de certa forma coagidas ou obrigadas a participar das contratações das empresas”, ressalta Sanfurgo.

Para isso, o grupo contava com apoio do sindicato, que funcionava tanto como mediador dentro do próprio cartel quanto como força de coerção para as montadoras que tentavam burlar o esquema. “O sindicato não só atua arbitrando como mobilizando a categoria de forma a impedir a entrada de novos concorrentes, que não fazem parte desse esquema”, afirma o delegado.