Foram revisados para baixo o PIB da Agropecuária, de 1,3% para 0,6%; e da Indústria, de 0,5% para 0,4% - Agência Brasil
Foram revisados para baixo o PIB da Agropecuária, de 1,3% para 0,6%; e da Indústria, de 0,5% para 0,4%Agência Brasil
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O tombo de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre só não foi maior por conta do auxílio emergencial de R$ 600, que deu fôlego ao consumo, e pelo resultado do agronegócio. Economistas consultados pelo jornal O DIA explicam que mesmo durante a pandemia, a injeção de recursos no mercado com o auxílio acabou voltando para os cofres do governo e isso impediu que a queda fosse maior ainda. Mas, em relação ao mesmo período do ano passado, portanto antes da pandemia de coronavírus, a queda registrada é de 11,4%. Os números foram divulgados ontem pelo IBGE.

No valor total de R$ 1,7 trilhão, o PIB brasileiro pontuou negativamente pelo segundo trimestre consecutivo, o que configura recessão técnica. A situação não ocorria no país desde o fim de 2016. De acordo com o instituto essa é uma das piores taxas registradas desde o início da série histórica, iniciada em 1996.

"O auxílio emergencial foi extremamente importante. Ao longo do segundo trimestre, se a gente não tivesse o auxílio teríamos um impacto muito pior em consumo", avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Para a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o benefício minimizou os impactos econômicos na parcela mais vulnerável da população. "Os R$ 600 garantiram a sustentação da demanda, principalmente de alimentos e outros bens de consumo básicos", aponta a CNA.

O período analisado corresponde aos meses de maior impacto econômico da pandemia do novo coronavírus, fenômeno observado também em outros países. A expectativa do mercado é de que a economia se recupere a partir deste terceiro trimestre - provavelmente, de forma lenta, por causa dos efeitos da epidemia, como desemprego e crise fiscal.

Na contramão de todos os indicadores analisados pelo IBGE, o setor agropecuário apresentou uma leve alta de 0,4% no segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro trimestre do ano. Em relação ao segundo trimestre de 2019, o PIB da agropecuária mostrou alta de 1,2%.

Indústria, consumo das famílias e do governo também recuaram. O PIB da indústria caiu 12,3% no segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro trimestre de 2020. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a queda foi de 12,7%.

O consumo das famílias, por sua vez, caiu 12,5% no segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro trimestre, segundo o IBGE. Ante o segundo trimestre de 2019, a queda chegou a 13,5%.

O consumo do governo caiu 8,8% no segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro trimestre ante 8,6% do segundo trimestre de 2019.

As exportações cresceram 1,8% no segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro trimestre de 2020, segundo o IBGE. Ante 2019, a alta foi de 0,5%.

As importações, por sua vez, caíram 13,2% no segundo trimestre de 2020 ante o primeiro trimestre de 2020. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, as importações mostraram queda de 14,9%.

Segundo Comunicado Técnico da CNA, o setor agropecuário segue em destaque, e descolado dos demais setores. A soja (5,9%), o arroz (7,3%) e o café (18,2%) têm sido os principais destaques da produção no início deste ano, conforme estimativas recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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