Júlio Cesar foi baleado no peito
Júlio Cesar foi baleado no peitoReprodução/Ascom PRTB
Por Thuany Dossares
Pará - O motorista da caminhonete em que o candidato à Prefeitura de Parauapebas, no estado do Pará, Norte do país, Júlio César Araújo Oliveira (PRTB), de 32 anos, estava acredita que armaram uma emboscada para tentar matar o político. Dono do veículo, Cassio Marques Ferreira, de 38 anos, prestou depoimento na delegacia na tarde desta sexta-feira. 
Júlio César foi baleado no peito, na noite de quarta-feira, após sair de um compromisso em sua agenda política, na Zona Rural da cidade, que fica no sudeste do Pará. Segundo o motorista, oito disparos atingiram o veículo. 
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"Logo depois que saímos da vila, andamos apenas 15km, quando fomos surpreendidos pelo carro que já estava atravessado na pista. Foi uma emboscada, estavam esperando a gente. Os três homens estavam armados e encapuzados por trás do veículo e assim que identificaram o nosso carro já começaram a atirar. Eu ainda acelerei e joguei para a direita, para desviar do carro deles, mas o Júlio César, que estava no banco do carona, foi atingido, infelizmente", contou Cássio. 

De acordo com a assessoria de Júlio César, ele e mais três pessoas voltavam da reunião pela Estrada do Povoado Carimã, quando, por volta das 21h, três ocupantes de um carro de cor clara passaram atirando diversas vezes contra a caminhonete em que o candidato estava. Um dos disparos atingiu o peito de Júlio Cesar e atravessou.

Ainda segundo a assessoria, o candidato foi socorrido para o Hospital Santa Terezinha e o boletim médico da unidade particular, divulgado na manhã desta quinta-feira, apontou que ele apresenta quadro de saúde estável.

Pedido de segurança federal

Após a tentativa de homicídio, o advogado da vítima, Flávio Aparecido Santos, protocolou um documento no Tribunal Regional do Estado do Pará (TRE) solicitando que forças federais de segurança acompanhem o processo eleitoral no município de Parauapebas, que, segundo ele, tem se demonstrado violento.

"É evidente que atos graves de perseguição política com o uso de violência afetam a normalidade do processo eleitoral em curso no município. Para que seja possível o curso regular da campanha eleitoral, é impositiva a requisição de força federal na cidade, eis que os candidatos em tela estão sujeitos a grave ameaça à vida (...) Desse modo, diante de atentado à vida de candidato à Prefeitura, é preciso garantir a normalidade da votação e o livre exercício do voto.", afirma o documento.

Em nota, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) repudiou à tentativa de homicídio sofrida por Júlio César e cobrou agilidade nas investigações da Polícia Civil. "É inaceitável que o Pará se torne uma terra sem lei. Onde a política e o combate à corrupção sejam intimados por um sistema que tripudia sobre o erário público. Não vamos aceitar que este crime seja minimizado e, tampouco, fique sem a imediata prisão dos envolvidos", diz a nota, assinada pelo presidente estadual do PRTB, Mário Couto.

Segundo atentado na cidade em uma semana

O caso está sendo investigado como tentativa de homicídio pela 20ª Seccional Urbana da Polícia Civil do Pará, no município de Parauapebas. "Policiais da Superintendência Regional do Sudeste Paraense e da Seccional local apuram o caso. Testemunhas já estão sendo ouvidas e perícias estão sendo realizadas no local do crime. Até o momento foram registrados dois atentados a candidatos no Estado, incluindo o caso de Parauapebas", informou a Polícia Civil em nota. 

Mesmo sendo uma cidade pequena, com aproximadamente 213 mil habitantes, segundo o IBGE, Parauapebas já recebeu milhões de reais por conta de seus royalties minerais. Segundo a assessoria de Júlio César, ele é conhecido na região por ajuizar ações populares denunciando corrupção e improbidades administrativas no município.

No último dia 6, o sindicalista João Inácio da Silva, conhecido como Joãozinho, de 72 anos, foi assassinado a tiros, em Parauapebas. De acordo com a Polícia Civil, ele estava conversando com amigos em frente a sua casa, no bairro Frankfurt, quando dois homens chegaram numa moto e o garupa atirou contra João. A vítima era presidente da Cooperativa Agrícola e Habitacional Montes Belos.