O presidente também publicou em seu perfil do Twitter que está "empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade" das nações
 - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente também publicou em seu perfil do Twitter que está "empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade" das nações Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por O Dia
O Relatório Mundial 2021 da ONG internacional Human Rights Watch foi divulgado na manhã desta quarta-feira (13) com destaques negativos para a atuação do presidente Jair Bolsonaro. No capítulo sobre o Brasil, as políticas do governante em relação à covid-19 e ao desmatamento na Amazônia receberam duras críticas, assim como sua atuação nos direitos de mulheres, pessoas com deficiência, da população LGBT e também na violência policial. O documento de uma das principais organizações do mundo para os direitos humanos avalia a atuação de 100 países.
Ataques de Bolsonaro a organizações da sociedade civil e à mídia independente também foram mencionados pelo relatório. Uma fala do ministro da Educação também foi criticada, quando ele afirmou que gênero não era assunto para ser discutido nas escolas e que quem “opta” pelo “homossexualismo” veio de “famílias desajustadas”.
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Na Saúde, o documento cita que o presidente da República “minimizou a Covid-19, a qual chamou de “gripezinha”; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor; disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social”.
“O presidente Bolsonaro expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos ao tentar sabotar medidas de proteção contra a propagação da Covid-19”, disse Anna Livia Arida, diretora adjunta da Human Rights Watch no Brasil. “O Supremo Tribunal Federal e outras instituições se empenharam para proteger os brasileiros e para barrar muitas, embora não todas, as políticas anti-direitos de Bolsonaro. Essas instituições precisam permanecer vigilantes”.
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No Meio Ambiente, o desmatamento ilegal e as mortes na Amazônia foram destaques negativos, além da pouca fiscalização das leis ambientais, queimadas no Pantanal e atuação negligente e desrespeitosa com a população indígena neste período de pandemia.
De acordo com a Human Rights Watch, a violência policial também chega a ser incentivada pelo presidente. Foram 744 pessoas mortas pela polícia entre janeiro e maio de 2020 no Rio de Janeiro, um período marcado pelo início do isolamento com poucas pessoas na rua. Esse número é o maior desde 2003 para o período. Considerando todo o Brasil, houve um aumento de 6% nas mortes por policiais nos primeiros seis meses do ano passado. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Apesar das muitas críticas, no entanto, o papel de instituições como o Superior Tribunal de Justiça e o Conselho Nacional de Justiça foi ressaltado pela HRW na redução dos danos causados pelo governo federal durante a pandemia da covid-19. Assim também aconteceu com o Congresso, lembrado por sua atuação a favor dos direitos da população indígena com leis que obrigam cuidados de saúde e assistência a esses indivíduos, mais vulneráveis neste momento.
O papel da imprensa brasileira também foi reforçado pelo relatório, que afirmou que os veículos desempenharam um papel importante ao continuar proporcionando um espaço para o debate público e fiscalizando os poderes do Estado, apesar das críticas de Bolsonaro.