Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), a quantidade de doses da vacina contra o coronavírus disponibilizada pelo Ministério da Saúde nessa primeira fase corresponde a 34% do total de profissionais de saúde do Estado. O Amazonas enfrenta uma grave crise sanitária, com aumento de casos e internações por covid-19 e falta de oxigênio para pacientes hospitalares há pelo menos uma semana.
Para conter a polêmica de quarta-feira, 20, quando um filho de um deputado e as gêmeas de um empresário local recém-formados em Medicina postaram fotos sendo vacinadas em rede social, a orientação agora é de que a prioridade na vacinação deva ser dada aos profissionais das unidades de referência, de média e alta complexidade, que tenham contato direto com pacientes com covid-19, levando em conta fatores como comorbidades e idade.
O Amazonas recebeu 282.320 doses da vacina na segunda-feira, 18. Desse total, segundo a Susam, 25.440 foram levados pela Força Aérea Brasileira (FAB) diretamente para Tabatinga ainda na segunda-feira, em função de um acordo do Ministério da Saúde por causa da localização na tríplice fronteira.
O quantitativo enviado está acima do que era previsto, de 21.783 doses, e, portanto, o município terá de devolver a diferença (3.657 doses). Ainda segundo a assessoria do governo, os lotes entregues pelo Ministério da Saúde são destinados para aplicação de duas doses, garantindo a imunização do público-alvo.
Quatro municípios (Alvarães, com 2.171 doses, Codajás, com 198, Nova Olinda do Norte, com 820, e Uarini, 885) vão receber a primeira dose até esta quinta-feira, conforme o Plano Operacional da Campanha de Vacinação contra a Covid-19, assim como Silves, que vai receber mais 296 doses, completando a remessa equivalente à primeira dose, que foi menor que o necessário. Segundo a Susam, do total de 58 dos 62 município abastecidos, 33 receberam somente a primeira dose por não possuírem estrutura adequada para acondicionamento das vacinas.
Após o cálculo de todos os grupos, de acordo com critérios do Ministério da Saúde e cruzamento com os dados do Amazonas, houve uma sobra de 8.345 doses, que serão redistribuídas. Em nota, a Susam assume que a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão subordinado à secretaria e responsável pela divisão das vacinas, "errou ao informar, na última terça-feira, 19, que as doses armazenadas nos contêineres na fundação correspondiam somente à segunda dose da vacina para capital e região metropolitana. Na verdade, as doses armazenadas correspondem à reserva técnica de modo geral e às segundas doses dos municípios que não têm estrutura para receber as duas doses de uma vez só".