Tenente-coronel Evanilson - Reprodução/Twitter
Tenente-coronel EvanilsonReprodução/Twitter
Por IG - Último Segundo
Na terça-feira (09), durante uma palestra em uma conferência virtual, Evanilson de Souza, tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo, sofreu ataques racistas enquanto falava sobre um projeto desenvolvido pelo mesmo, que combate o racismo na corporação. Um dos participantes começou a deferir ofensas ao policial através da tela compartilhada. As informações foram apuradas pelo G1.
A palestra era para uma conferência internacional organizada pelo curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) e contava com a presença de Souza como palestrante. Elizeu Soares Lopes, ouvidor da polícia prestou apoio ao tenente-coronel e segundo a Polícia Militar, ele deverá registrar um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (10).
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O policial de 50 anos, é responsável pelo 11° Batalhão da PM, localizado na área dos Jardins e Consolação, região central de São Paulo. Em entrevista em dezembro de 2020, Souza havia contado um pouco sobre sua participação na revisão do manual de Direitos Humanos da Polícia Militar. De acordo com ele, o atual manual tem como intuito de contribuir para a desconstrução do racismo estrutural.
Ofensas racistas - Reprodução/ TV Globo
Ofensas racistasReprodução/ TV Globo
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"O negro tem pressa, porque é muito tempo sofrendo a mesma coisa. O racismo está enraizado nas pessoas historicamente e culturalmente e elas não percebem isso, disse Evanilson na entrevista.
Segundo o tenente-coronel, a ideia de atualizar o manual tem a intenção de causar uma reflexão sobre como o racismo se encontra presente na nossa rotina e que os policiais paulistas se conscientizem sobre atos racistas nas ruas, em suas corporações e também atos próprios, para que tais atitudes possam ser corrigidas. Ele ainda relata na entrevista que já passou por uma situação preconceituosa.

"É importante mostrar para as pessoas que o racismo existe, que não é exagero, não é só um costume, uma brincadeira, um jeito. Porque é cultural e tradicional dessa forma [de discriminação]. É um racismo estrutural da sociedade que se arrasta até os dias de hoje. Não será uma caça às bruxas, mas não vamos mais tolerar discriminações de nenhuma forma", declarou o Evanilson à reportagem.
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Nem Evanilson de Souza e a USP prestaram depoimentos sobre o acontecimento até o momento sobre o racismo ocorrido durante a palestra na conferência.