Lula, Huck e Ciro venceriam Bolsonaro no 2º turno em 2022, diz pesquisaRicardo Stuckert e Palácio do Planalto
Os cientistas políticos chamam a atenção para o fato de Lula já ter dito que o foco, pelo menos nesse momento, é provar que foi alvo do que considera injustiças em processos contra ele.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (10) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, Lula não quis falar sobre uma eventual candidatura . Em vez disso, fez acenos ao centro e disse estar "convencido de que a aliança será possível".
Por esses motivos, a professora e pesquisadora em opinião pública (FESP-SP/USP) Jacqueline Oliveira, afirma que falar de polarização ainda é muito prematuro. "Entender que a polarização com o PT favorece o Bolsonaro é reduzir muito o debate. A dinâmica envolve diversos fatores, muitas variáveis. Ainda mais num cenário altamente complexo como o que a gente está vivendo", diz a pesquisadora em opinião pública.
De acordo com Oliveira, o antipetismo ainda existe, mas ele já não é mais o mesmo 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu o impeachment. Para a especialista, nem Bolsonaro é mais a mesma pessoa.
Por isso, o cientista político acredita que não é possível reeditar o que foi 2018 e a grande questão daqui para frente será a definição de qual nome vai ser o anti-Bolsonaro. "O centro até agora não conseguiu consolidar esse nome. É aí que o Lula aparece. Ele tem alta rejeição, mas também tem alta intenção de voto. O desafio vai ser aglutinar todo o antibolsonarismo em torno de Lula", afirma.
'Centro esmagado'
Na avaliação de Carlos Melo, no entanto, a tendência é que essas candidaturas sejam "esmagadas". "Se não tiver uma unidade, todos eles juntos não vão dar a soma de um Bolsonaro ou meio Lula. Se Bolsonaro e Lula fizerem uma expansão ao centro, eles vão ser esmagados", diz.
O problema, segundo o cientista político, é que Bolsonaro não sabe fazer essa leitura. "Nós sabemos que o Bolsonaro não faz uma boa análise da realidade.E isso é um desastre para qualquer governante. Ele fez o que no futebol nós chamamos de 'entrar de salto alto'. Para ele, foi feito tudo o que podia ser feito na pandemia. Ele faz um auto-engano", afirma Melo.
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