Nesta agenda, porém, o diplomata considerou que o compromisso deve vir não apenas do governo brasileiro, mas também do setor privado, que precisa inclusive investir na preservação ambiental "A solução (para a Amazônia) não é mais investimento do governo, mas do setor privado", afirmou. "O setor privado não vai querer pagar a conta de quem está se aproveitando ilegalmente da Amazônia."
Ainda nas relações econômicas bilaterais, o embaixador disse que o governo americano acompanha as discussões a respeito da reforma tributária no Brasil, e que há grande interesse das empresas americanas em um acordo entre os dois países sobre a tributação de suas receitas nos dois mercados. "Antes de chegar ao Brasil essa questão da dupla tributação foi o pedido nº 1 do setor privado norte-americano, e um tratado vai ajudar esses US$ 145 bilhões de investimento que estão aqui, mas essa é uma questão que passa por vários temas técnicos", afirmou.
Vacinação
Uma pergunta frequente da plateia virtual foi a respeito da possível destinação ao Brasil de vacinas contra a covid-19 que os EUA compraram, mas que não estão usando - como a de Oxford/AstraZeneca, que ainda aguarda a aprovação em solo norte- americano, mas que foi adquirida pela Casa Branca. Chapman evitou assumir compromissos, mas admitiu que há negociações a respeito. "Diplomatas em Washington têm avaliado a questão das vacinas para ajudar ao Brasil. Já falei com o ministro da Saúde (brasileiro) e vamos continuar nesse diálogo."
Chapman destacou que empresas americanas, como a Pfizer e a Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, já firmaram acordos para vender ao País 138 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Ele lamentou, porém, a demora no fechamento dos acordos. Nos dois casos, o governo fechou as compras apenas no primeiro trimestre de 2020, depois de vários outros países, o que postergou a entrega das doses. "Gostaria que esses contratos tivessem sido firmados antes, para já termos vacinas (no Brasil)", disse.
O embaixador reiterou a previsão do governo americano de que toda a população adulta dos EUA será vacinada até o final de maio, o que não seria uma surpresa "quando se investe US$ 12 bilhões" em vacinas, em sua visão. Ele evitou, no entanto, maiores comentários a respeito da compra de vacinas pelo governo brasileiro.
Em outra resposta, Chapman afirmou ainda que não há decisões a respeito de "passaportes vacinais" para que quem tomou a Coronavac, que no Brasil, constitui a maior parte do programa de vacinação contra a covid, possa entrar nos EUA. A vacina, uma parceria entre a empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, não está aprovada para uso nos EUA.
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