O grupo farmacêutico nega que tenha deixado de cumprir suas obrigações e denuncia um procedimento "sem fundamento".
O grupo farmacêutico nega que tenha deixado de cumprir suas obrigações e denuncia um procedimento "sem fundamento". AFP
Por O Dia
Em uma nova atualização na distribuição da vacina contra Covid-19, o Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (26), reduziu para 41,9 milhões a previsão de doses de vacinas a serem recebidas em junho. A estimativa anterior era de 54 milhões de doses, mas por conta de um atraso da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na produção da vacina AstraZeneca, houve uma redução de até 12 milhões. As informações são do Estadão.
Em audiência de autoridades do ministério em comissão da Câmara dos Deputados, o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, disse que a Fiocruz informou que reduzirá sua produção em 12 milhões de doses, após um atraso para receber insumos da China para o envase do imunizante.

Segundo o secretário, a previsão atual do ministério para junho inclui 20,9 milhões de doses da vacina da AstraZeneca fornecidas pela Fiocruz, 12 milhões de doses da vacina da Pfizer, 5 milhões de doses da CoronaVac, da Sinovac, envasadas pelo Instituto Butantan, e 4 milhões de doses da vacina da Pfizer a serem recebidas por meio do programa global Covax.

Ele ainda disse que o ministério está tentando antecipar a chegada de dois lotes de insumos da vacina AstraZeneca previstos originalmente para 20 de junho, o que poderia reverter a redução de doses provocada pelo atraso da Fiocruz, mas ainda não há garantias de envio por parte da China.

O Brasil vacinou até o momento 42,7 milhões de pessoas com a primeira dose, o equivalente a 20,3% da população, mas apenas metade recebeu as duas doses, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Tanto a Fiocruz quanto o Butantan foram forçados a interromper por alguns dias a produção das vacinas da AstraZeneca e CoronaVac, respectivamente, pelo atraso no envio de insumos pela China. A produção foi retomada esta semana, mas as entregas ao ministério irão demorar ainda algumas semanas.

"Há uma dificuldade com os insumos a nível mundial, isso não se verifica apenas no Brasil", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na audiência, acrescentando que o esforço "em busca de vacinas é diuturno".

Queiroga afirmou que o ministério também tenta antecipar a chegada das 38 milhões de doses contratadas da vacina da Janssen, da Johnson & Johnson, cuja previsão original é de 17 milhões no terceiro trimestre e 21 milhões no quarto.

O ministro também comentou conversas com os Estados Unidos em vista de incluir o Brasil entre os países destinatários de vacinas que serão doadas pelo governo norte-americano, e reiterou que o Brasil não seria beneficiado por uma eventual licença compulsória para produção de vacinas.