Movimento indígena diz que Bolsonaro inventou etnia e 'humilha o povo brasileiro'
Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) disse que, em visita a indígenas em São Gabriel da Cachoeira (AM), o presidente ignorou problemas vivenciados, como o garimpo legal e o narcotráfico, e ainda inventou etnia
Rio - A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) criticou visita feita pelo presidente Jair Bolsonaro a indígenas em São Gabriel da Cachoeira (AM), dizendo que ele humilha o povo brasileiro e fez o mesmo na visita, ignorando o combate à covid-19, o garimpo ilegal e o narcotráfico. Segundo a FOIRN, o presidente ainda inventou uma etnia ao se referir ao "Povo Balaio", que "não existe no Brasil e em nenhum lugar do mundo".
Segundo a entidade, Bolsonaro não se reuniu com as instituições que ajudam a combater a covid-19 entre os indígenas da região do Amazonas e sequer fez menção a temas realmente preocupantes.
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O presidente não usava máscara de proteção contra o novo coronavírus quando se encontrou, teve contato próximo e cumprimentou indígenas durante evento.
"Bolsonaro mais uma vez ignora os problemas e humilha o povo brasileiro. O presidente não encontrou com as instituições que mais ajudaram a combater a pandemia de covid-19 aqui na região e sequer fez menção ao combate ao garimpo ilegal, narcotráfico e outros assuntos graves que assolam as terras indígenas aqui na região da tríplice fronteira com a Venezuela e Colômbia", disse o presidente da FOIRN, Marivelton Barroso, do povo Baré.
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"O desprezo por nosso povo indígena é tanto que o presidente sequer se deu o trabalho de conhecer nossa diversidade, criando ao seu bel-prazer uma nova etnia, a do povo Balaio, que não existe no Brasil e em nenhum lugar do mundo", completou a entidade.