Presidente Jair Bolsonaro participou de "Motociata" que saiu do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, com destino ao Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo
Presidente Jair Bolsonaro participou de "Motociata" que saiu do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, com destino ao Monumento dos Pracinhas, no Aterro do FlamengoDaniel Castelo Branco
Por iG
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro disse ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que não quer que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, seja punido por participar, sem máscara, de um ato em favor do presidente no Rio no domingo passado (23).
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro deu sinal de que busca livrar Pazuello de qualquer punição durante viagem que fez a São Gabriel da Cachoeira (AM) com Paulo Sérgio, comandante do Exército, onde o presidente foi inaugurar uma ponte de menos de 20 metros em visita de dois dias a partir de quinta (27).
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General da ativa, Pazuello está no topo da carreira de intendente, responsável pela logística militar, com três estrelas. O comandante do Exército é, portanto, seu superior, e o pedido de proteção ao ex-ministro da Saúde feito por Bolsonaro acirra a já grave crise entre o Planalto e o Exército, de onde o hoje presidente saiu quase expulso como capitão em 1988.
Na viagem ao Amazonas em que Bolsonaro defendeu que Pazuello não seja punido estavam presentes, além do comandante do Exército, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. Os dois são generais de quatro estrelas, também superiores a Pazuello na hierarquia militar, e não teriam gostado do pedido feito pelo presidente para livrar seu ex-ministro.
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Entre os generais, a "desfaçatez" de Pazuello em ser flagrado sem máscara em diversas oportunidades, mas defender "medidas preventivas" na CPI da Covid no Senado e depois ir ao ato bolsonarista sem máscara não foi bem vista. O ex-ministro da Saúde deve, inclusive, ter de voltar à CPI em breve para dar explicações. Em seu último depoimento, Pazuello foi acusado de mentir dezenas de vezes, o que configura crime.
Não contente em contradizer seu discurso na CPI após poucos dias, Pazuello subiu ao palanque para dar apoio ao presidente em um evento de motociclistas no Rio. O ex-chefe da Saúde foi demitido em março após gestão considerada desastrosa e então foi incorporado a um cargo burocrático na Secretaria-Geral do Exército.
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O Alto-Comando do Exército, colegiado de 15 generais de quatro estrelas - todos superiores a Pazuello - encabeçado por Paulo Sérgio defendeu punir Pazuello, já que o regimento militar veta manifestações políticas de quem está fardado (na ativa). O ex-ministro poderia, sem a proteção de Bolsonaro - ou com a opinião de Bolsonaro não sendo levada em conta - ser advertido verbalmente, receber uma repreensão por escrito ou até mesmo pegar 30 dias de cadeia em um quartel. A ideia de Pazuello ir para a reserva para minimizar a crise já é vista como insuficiente no Exército.