Delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, ex-superintendente da corporação no AmazonasReprodução/ TV Globo

Por iG Último Segundo
Rio - Alexandre Saraiva, delegado da Polícia Federal e ex-chefe do órgão no Amazonas, participou do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite da última segunda-feira (07) e declarou que as provas no inquérito que investiga a atuação do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, em favor de uma quadrilha de madeireiros são "claríssimas".
Segundo Saraiva, "as provas da Handroanthus são toras. Aquilo tem uma logística muito específica para ser movimentada e muito custosa. Aquilo não some da noite para o dia. Depois as caixas contando os documentos que foi ele mesmo [Ricardo Salles] que entregou. Tudo o que tinha que se provar, está provado. Os laudos estão prontos. São laudos contundentes. Está tudo ali. A atuação dele é claríssima e inédita. Isso nunca aconteceu".
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O delegado foi exonerado pelo ministro do governo Bolsonaro após acusar o ministro de utilizar o seu cargo para defender interesses privados de madeireiros que realizavam a extração ilegal do material na Amazônia. Sua notícia-crime formalizada ao Supremo Tribunal Federal foi realizada por "obrigação" ao identificar "documentos que demonstravam a grilagem de terras de forma grotesca, mas ao mesmo tempo ardilosa".

Ao ser questionado a respeito da sua declaração em que relaciona políticos e organizações criminosas através de financiamentos ilegais, Saraiva ratificou sua fala ao dizer que criminosos "fazem isso no mundo inteiro. A Convenção de Palermo mostra isso. Elas tentam se infiltrar no estado".
"É muito estranho quando você vê um político defendendo um criminoso. Mas, assim, a gente vê também criminoso fazendo manifestação, madeireiro ilegal, garimpeiro ilegal fazendo manifestação, são ladrões de bens da União", finalizou Alexandre.