A microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Natalia PasternakJefferson Rudy/Agência Senado

Por iG Último Segundo
Rio - A microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Natalia Pasternak, ouvida como convidada nesta sexta-feira, 11, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, deu início ao seu depoimento defendo as evidências científicas e se posicionando contra o negacionismo.

"Não se trata de ignorância inocente. É mentir em nome de uma agenda política ou ideológica. Ou encontrar desculpas para não fazer nada. Quando Jair Bolsonaro nega a pandemia, nega a ciência, e nega o direito à vida dos brasileiros, nega consensos científicas e nega direitos humanos. Mente. Negacionismo é a propagação intenção da mentira. E não devemos permitir que negacionistas ocupem posições de poder", afirmou a pesquisadora no final de sua fala, antes das perguntas, ao se apresentar aos senadores.
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Pasternak ainda destacou que a ciência não é uma verdade absoluta, mas que deve estar sendo verificada o tempo todo. "Ciência não é uma questão de opinião. Não é como eu enxergo versus o que você enxerga. Não é uma visão do mundo. Alguém desenhou um número no chão, ou é seis ou é nove. Não é como eu vejo, é o que desenharam. E para descobrir o que desenharam, a gente usa um método". Assista:
 
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Pasternak tornou-se figura pública relevante desde o início da pandemia da covid-19. Em julho de 2020, publicou um artigo afirmando que havia evidências científicas de que o tratamento precoce não era eficaz contra a doença. No mesmo mês, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, emitiu uma nota promovendo o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, baseando-se, nas palavras de Pasternak, em "evidências fracas".
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Na CPI, a microbiologista retomou o assunto e disse que a cloroquina em animais e humanos, mas não apresenta eficácia.
Para Pasternak, "estamos gastando dinheiro público promovendo esses medicamentos e enviando para os municípios sem que haja a sua eficácia comprovada.''

Ainda nesta sexta, o sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Cláudio Maierovitch também depõe à CPI como convidado.

Os dois especialistas são favoráveis as medidas de distanciamento social e ao uso de máscaras - bem como defensores das vacinas e contrários a recomendação de remédios sem comprovação científica.
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