"Alguma coisa aconteceu, algum vírus provavelmente não biológico, que acometeu pessoas que tinham trajetória importante, mas enveredaram em oposição ao conhecimento científico", afirmou Maierovitch. Agência Senado/Jefferson Rudy

Por Luiz Gontijo - iG
Rio - Claudio Maierovitch, médico sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz, especialista em políticas públicas e gestão governamental, afirmou em depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid-19, que o povo brasileiro foi tratado como animal no combate a pandemia por parte do Governo Federal.
Acompanhe ao vivo:
Publicidade
Segundo o médico, o governo de Jair Bolsonaro optou por tratar a população como animais, buscando uma imunidade de rebanho a custo da vida de milhares de brasileiros, ao invés de usar métodos cientificamente comprovados.
Natalia Pasternak afirmou que a eventual dispensa da máscara não deve se ater exclusivamente ao número de vacinados, mas à redução do número de casos e mortes provocadas pela covid. O momento de relaxar as medidas de proteção ainda não chegou, alertou ela. "A recomendação do uso de máscara é essencial enquanto se continua observando número de casos e óbitos, que é preocupante. Só podemos deixar de usar quando grande porção da população estiver vacinada e quando a curva nos disser que isso é seguro. Não temos nem que olhar percentagem de vacinados, mas a curva da covid", disse ela.
Publicidade
 
Pasternak criticou o fato de Bolsonaro estar levantando essa possibilidade agora. "Esse momento ainda não chegou. E quando tem o chefe da nação fingindo que esse momento chegou, isso confunde a população, não precisamos de uma população confusa", afirmou.
Publicidade
 
"Uma boa vacina é como um bom goleiro, pode ser muito boa, mas não é infalível, se tiver muita bola vindo pro gol, a probabilidade é maior de falhar", pontuou. "Problema é que temos um jogador que insiste em fazer gol contra", disse em seguida o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Publicidade
 
Cláudio Maierovitch destacou ainda que, enquanto uma "enorme parte da população" ainda não estiver vacinada, é preciso continuar tomando todos os cuidados de proteção, como o uso da máscara. Ele pontuou ainda que pessoas infectadas podem voltar a ter a doença e as já vacinadas podem contraí-la. O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou nesta quinta-feira (10) a 52.790.945, o equivalente a 24,93% da população total. Considerando as pessoas que já tomaram as duas doses do imunizante, o país conta apenas com 11,11% da população atendida.