Jair Bolsonaro e Allan dos Santos Divulgação

Por IG - Último Segundo
Rio - Investigado pela Polícia Federal (PF) por organizar atos antidemocráticos, o blogueiro Allan dos Santos podia transitar livremente dentro do Palácio do Planalto e em ministérios. Ele se tornou um dos principais líderes de uma tropa digital bolsonarista que promove ataques e espalha notícias falsas.
A PF já chegou a encontrar provas e conversas de WhatsApp que revelam como o blogueiro comandava as ações para influenciar o presidente Bolsonaro, indo muito além de suas publicações e mensagens nas redes sociais. Ele tentava influenciar em nomeações de cargos públicos, incentivava a ideia de  intervenção militar, que é inconstitucional, e discutia a liberação de verbas para "mídia aliada" com o então a Secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten. Segundo a PF, o blogueiro tinha contato direto com integrantes do Planto e acessava até mesmo áreas não permitidas à imprensa no Palácio.
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Santos também promovia encontros na casa dele, em Brasília, com parlamentares e apoiadores do presidente. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) estava entre os convidados. As finanças com o blog e as publicações de Allan dos Santos crescia a medida que sua influência sobre o governo aumentava, o que chamou a atenção da PF. Segundo O Globo, o blog "Terça Livre" recebeu a veiculação de anúncios de diversas estatais, dentre eles 3.490 anúncios da Petrobras e 6.757 do BNDES. Os valores pagos pela publicidade não foram divulgados.
Allan dos Santos foi seminarista e se aproximou de ideias conservadoras nos Estados Unidos (EUA), entre 2013 e 2014, quando trabalhou para o site norte-americano Church Militant, página católica acusada de publicar notícias falsas. Ele também teve contato com Olavo de Carvalho, guru da ala ideológica do governo Bolsonaro que vive na América do Norte.
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Santos também participou dos protestos pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Atualmente, após passar a ser investigado pela PF, voltou a morar nos EUA. Ele continua disparando notícias falsas em favor do governo Bolsonaro. Nem Santos e nem os advogados dele se pronunciaram sobre as investigações e suspeitas da PF.
*Com informações do O Globo.