Carlos Wizard é tido, por depoentes da CPI da Covid, como um dos membros do "gabinete paralelo".Edilson Rodrigues/Agência Senado
Aziz diz que Onyx soa como 'miliciano ameaçando pessoas'
O presidente da CPI da Covid afirmou ainda que o ministro deve ser convocado à comissão para prestar esclarecimentos sobre caso da compra pelo governo federal da vacina Covaxin
Para o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), declarações do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), soam como "um miliciano ameaçando as pessoas". O presidente do colegiado afirmou ainda que o ministro deve ser convocado à CPI para prestar esclarecimentos sobre caso da compra pelo governo federal de vacinas contra a covid-19 acima do preço anunciado, conforme revelou o Estadão/Broadcast.
Na manhã desta quinta-feira, 24, em entrevista à rádio CBN de São Paulo, Aziz reforçou o foco da CPI na investigação e criticou o tom das declarações de Onyx, na noite de ontem, sobre o caso. Para Aziz, Onyx ameaçou Miranda, que já é considerado como uma testemunha para a comissão. Durante uma coletiva, Onyx se dirigiu ao colega de partido afirmando que Deus estava vendo ele "mentir deslavadamente". "Vai ter que pagar, vai ter que se ver conosco", afirmou Lorenzoni.
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Em relação ao contrato com a empresa indiana Bharat Biotech, foi revelado que o preço fechado para a compra do imunizante, de US$ 15 por dose, foi 1.000% mais alto do que o estimado pela própria fabricante, seis meses antes. Ainda, conforme noticiou o Estadão/Broadcast, Miranda levou a denúncia de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra do imunizante, no dia 20 de março, para o presidente Jair Bolsonaro.
Investigação
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Ao falar à CBN, Omar Aziz também afirmou já ter enviado ao diretor geral da Polícia Federal (PF) um ofício solicitando a informação se o houve ou não algum pedido de investigação, por parte do governo, de irregularidades ou superfaturamento no contrato com a Covaxin. Aziz disse que deve receber uma resposta da PF ainda nesta quinta.
O contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilhão, é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF). O preço unitário da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. De acordo com o presidente do colegiado, a denúncia de que, avisado, o Executivo não investigou o contrato, tem potencial de dar "muita dor de cabeça" para o governo, mas o caso ainda precisa de apuração.
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O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter levado a denúncia sobre um esquema de corrupção da Covaxin ao próprio presidente, há três meses. A reunião, de acordo com Miranda, ocorreu em março, no Palácio da Alvorada, pouco menos de 30 dias após o contrato ter sido assinado. Segundo o deputado, Jair Bolsonaro afirmou que encaminharia o caso à Polícia Federal. Apesar do aviso, o governo seguiu com o negócio
'Derrubar a República'
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Aziz relatou que seu primeiro encontro com Miranda aconteceu após ele se retirar brevemente da oitiva do deputado Osmar Terra (MDB-RS), na terça-feira (22). Durante a conversa, que contou com a presença do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e do senador Marcos Rogério (DEM-RO), o deputado teria cobrado comparecer à CPI junto de seu irmão, o chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Fernandes Miranda, e afirmado: "Vocês vão convocar meu irmão? Tem que me convocar que eu tenho muito pra fazer, vou derrubar essa República".
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