Presidente Jair BolsonaroAgência Brasil

Por ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro reforçou, nesta sexta-feira, ataques a instituições democráticas, em especial, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa. Durante discurso a empresários de Chapecó, no oeste de Santa Catarina, Bolsonaro citou a decisão do STF de garantir que governadores não sejam inquiridos pela CPI da Covid no Senado e disse ser "inacreditável" o que acontece na Corte. As afirmações do presidente foram aplaudidas pela plateia com gritos de "Fecha! Fecha!".
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Sem citar o nome do ex-presidente, Bolsonaro afirmou que "tiraram" Luiz Inácio Lula da Silva para que ele seja presidente do Brasil. No lugar de se referir pelo nome, Bolsonaro gesticulou com a palma da mão aberta, com exceção do dedo mindinho dobrado.

"Tiraram ele da cadeia, tornaram ele elegível, com toda certeza, para ser presidente na fraude. Com esse critério eletrônico que está aí, ele pode chegar", afirmou Bolsonaro que voltou a defender o voto impresso. "Tapetão por tapetão, sou mais o meu", completou, dizendo que só Deus tiraria ele do cargo. Segundo pesquisa Idec, divulgada nesta sexta, se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, Lula ganharia em primeiro turno, com 56% dos votos válidos contra 26% de Bolsonaro.

O presidente também reforçou o compromisso de campanha de encaminhar, nesta segunda indicação para a Suprema Corte, o nome de alguém evangélico. O mais cotado para a vaga a ser aberta em 12 de julho, com a saída do decano Marco Aurélio Mello, é o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça.

"Lógico, além de evangélico, esse sim, dono de um notório saber jurídico', disse. "Alguns apareceram como candidatos. Boas pessoas. Eu vou indicar para o Supremo quem toma cerveja comigo. É o critério da confiança, da lealdade mútua. Não basta ter bom currículo. É importante, mas tem que falar a minha linguagem. Quero que defendam no Supremo as questões econômicas e as questões familiares", afirmou Bolsonaro.

Imprensa

Mais cedo, Bolsonaro visitou Sorocaba, no interior de São Paulo, onde foi multado pela segunda vez pela Vigilância Sanitária do Estado por desrespeitar medidas para conter a disseminação da covid-19. Bolsonaro disse que a imprensa é "irresponsável" e "só tem críticas". "Eu caguei para o que me perguntaram. Respondi só o que queria", emendou.